quarta-feira, 13 - agosto 2025 - 11:50

Edna assume vaga na AL e quer CPI para investigar 'explosão de feminicídios' em MT


Reprodução
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A ex-vereadora cassada por Cuiabá, Edna Sampaio (PT), toma posse nesta quarta-feira (13) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, ocupando temporariamente a cadeira do deputado estadual Valdir Barranco (PT). No discurso de chegada, a petista afirmou que sua principal bandeira será a defesa das mulheres e anunciou que apresentará um requerimento para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar a violência contra mulheres no estado.

“Chego de cabeça erguida, como uma boa cuiabana e como mulher negra que vive nesta terra há gerações. Mato Grosso lidera um triste campeonato nos índices de feminicídio, e nós precisamos enfrentar essa realidade”, declarou.

A deputada destacou que sua atuação será voltada a políticas públicas que combatam a desigualdade de gênero e a violência estrutural contra mulheres. “Nós vamos apresentar projetos como o de igualdade tributária e vamos propor a CPI para entender onde estamos falhando, porque dois anos consecutivos com os maiores índices de assassinato de mulheres mostram que fracassamos enquanto sociedade e enquanto poder público”, disse.

Sobre o curto período que ficará na Assembleia, Edna ressaltou que a proposta de CPI não é um projeto pessoal, mas um compromisso coletivo. “A CPI não será para Edna conduzir, mas para esta Casa e a sociedade discutirem, debaterem e buscarem soluções para preservar a vida de metade da população, que é formada por mulheres”, afirmou.

Ao comentar a cassação do mandato de vereadora, ocorrida na legislatura passada, Edna reforçou ter sido vítima de perseguição política e de violência de gênero. “Fui condenada sem qualquer prova, vítima de um racismo estrutural que sempre coloca a pessoa negra como culpada. Quero usar este espaço para mostrar que mulheres não são seres inferiores, mas essenciais para a democracia”, pontuou.

Usando trajes nas cores verde e amarelo, a parlamentar também disse que manterá firme sua postura política diante das divergências ideológicas. “Tenho o direito de ser de esquerda, de ser do PT, de falar o que penso e exercer meu mandato com autonomia. Vim de verde e amarelo para mostrar que sou patriota e luto por direitos e pela democracia”, declarou.

Edna Sampaio ficará no cargo enquanto Valdir Barranco estiver licenciado. Ela afirma que, mesmo com tempo limitado, buscará pautar o debate sobre igualdade de gênero e políticas de prevenção à violência contra mulheres em Mato Grosso.

Cassada

Esta será a primeira vez que Edna retorna a um cargo eletivo desde que teve o mandato de vereadora cassado, em 2023, por quebra de decoro. À época, ela foi acusada de suposta participação em um esquema de “rachadinha” em seu gabinete.

Candidata a deputada estadual nas eleições de 2022, Edina não conseguiu se eleger, ficando como suplente. No ano passado, tentou disputar uma cadeira na Câmara de Cuiabá, mas foi considerada inelegível.

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