- CUIABÁ
- DOMINGO, 29 , JUNHO 2025
A trajetória política de Ciro Gomes (PDT) pode ganhar um novo capítulo nos próximos dias. O ex-ministro e ex-governador deve se reunir com integrantes da cúpula do PSDB ainda esta semana para alinhar sua possível filiação à sigla tucana.
Se confirmada, a mudança encerrará um ciclo de 28 anos de Ciro no PDT, partido que ele ajudou a compor e influenciou significativamente nas últimas eleições.
A data do encontro ainda está sendo definida, conforme aliados, e depende da disponibilidade das agendas. No entanto, os participantes já estão acertados: Marconi Perillo, presidente do PSDB, e os tucanos Aécio Neves e Tasso Jereissati. Segundo relatos, Ciro tem mantido conversas telefônicas com esses líderes nas últimas semanas.
Amigo de longa data, Jereissati – ex-governador do Ceará e ex-senador – é o principal articulador do retorno de Ciro ao PSDB. Foi pela sigla que o político cearense governou o Ceará entre 1991 e 1994.
Em meio a uma crise de identidade e à perda de nomes nacionais, o PSDB enxerga em Ciro uma oportunidade para recuperar força e voltar a ocupar o centro dos debates nas eleições de 2026. Integrantes da sigla acreditam que, no cenário atual, Ciro poderia vir com duas possibilidades de candidatura em aberto: à Presidência da República ou ao governo do Ceará.
Para Ciro, o PSDB representa um espaço para reafirmar seu projeto de oposição ao PT. Esse movimento ganhou força após as revelações sobre um esquema de fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), descoberto na gestão petista em um ministério comandado pelo PDT.
Embora tenha atuado para retirar os pedetistas da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o cearense foi voto vencido, e o partido optou por permanecer no governo, apesar da relação desgastada com a bancada no Congresso Nacional.
Em outro contexto político, a mudança de Ciro pode impactar o projeto de reeleição do atual governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT). No estado, o petista segue como favorito e conta com o apoio do grupo liderado por Cid Gomes, irmão afastado de Ciro por divergências políticas, e do ministro da Educação, Camilo Santana.