- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 2 , OUTUBRO 2025
O leilão do prédio da Santa Casa de Cuiabá, previsto para setembro, voltou ao centro do debate na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). Parlamentares cobram do Governo do Estado uma solução imediata para evitar o fechamento da unidade, que está sob gestão estadual desde 2019 e é referência no atendimento oncológico.
Antes da sessão desta quarta-feira (13), os deputados Paulo Araújo (PP), Júlio Campos (União) e Dr. João (MDB) adiantaram que vão realizar uma visita técnica ao hospital e pressionar o Executivo para manter os serviços.
Presidente da Comissão de Saúde, Paulo Araújo afirmou que a Assembleia deve agir junto ao Palácio Paiaguás enquanto a unidade estiver sob gestão estadual. “É preciso garantir que os procedimentos essenciais ao SUS continuem sendo ofertados. Vamos discutir diretamente com o secretário de Saúde para encontrar uma saída antes que o leilão avance”, disse.
O vice-presidente da Casa, Júlio Campos, criticou a postura do governo, que, segundo ele, tem orçamento superior a R$ 50 bilhões anuais e não destina recursos para adquirir o prédio. “É inadmissível perder um patrimônio cultural de 200 anos por uma dívida de R$ 48 milhões. Com 1% do orçamento, o governo poderia comprar a Santa Casa e impedir o leilão”, disparou.
Já o primeiro-secretário, Dr. João, defendeu mobilização popular para impedir o fechamento. Ele acusou o Executivo de já ter a intenção de encerrar as atividades da unidade. “Não podemos deixar que isso aconteça. Não se encontra, de um dia para o outro, 200 vagas para pacientes oncológicos. Se a Santa Casa fechar, centenas de pessoas vão ficar sem tratamento”, alertou.
O edital de leilão é conduzido pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para quitar dívidas trabalhistas da antiga gestão da Santa Casa.