O biomédico Igor Phelipe Gardes Ferraz, 37 anos, preso na manhã desta sexta-feira (15) durante a Operação Contraprova, foi exonerado do cargo de assessor parlamentar externo na Câmara Municipal de Cuiabá. Ele estava lotado no gabinete do vereador Gustavo Padilha (PSB) desde 6 de junho, com salário de R$ 2.250. O ato de exoneração já consta no Portal da Transparência da Casa.

Igor é sócio-proprietário e responsável técnico do laboratório Bioseg, alvo da operação da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon) que investiga fraudes e falsificações de exames. Durante o cumprimento dos mandados, policiais apreenderam computadores, celulares, documentos, armas e munições na residência do biomédico. Segundo o delegado Rogério Ferreira, o material passará por perícia.

A Bioseg possuía unidades em Cuiabá, Sorriso e Sinop, prestando serviços a diversos órgãos públicos, incluindo Câmaras e Prefeituras, além de clínicas e pacientes particulares. Conforme a investigação, amostras biológicas coletadas eram descartadas sem análise e os laudos emitidos com resultados falsos. A Justiça determinou a interdição das três unidades, suspensão do registro profissional de Igor, bloqueio de contratos com o poder público e proibição dos sócios de firmarem novos acordos com órgãos da União, Estados e Municípios.

A Câmara informou que não mantém contrato com a Bioseg desde maio. A Prefeitura de Cuiabá, por sua vez, ressaltou que a operação teve origem em denúncia da atual gestão e que todos os contratos da empresa, firmados na administração anterior, estão em reanálise.

As apurações tiveram início em abril deste ano após denúncia à Vigilância Sanitária. Ao final do inquérito, os envolvidos podem responder por estelionato, falsificação de documento particular, peculato e associação criminosa, com penas que podem chegar a 25 anos de prisão, além de multa.