- CUIABÁ
- SÁBADO, 16 , AGOSTO 2025
O laboratório Bioseg – Saúde e Segurança do Trabalho fraudou todos os laudos e exames médicos de uma criança de 5 anos que faleceu em dezembro de 2024, em Cuiabá. A informação foi divulgada pelo delegado Rogério Ferreira durante coletiva de imprensa nesta sexta-feira (15).
— As investigações apontaram situações gravíssimas, como a da menina, vítima de um acidente no interior do estado, que ficou internada em Cuiabá e posteriormente passou a tratamento em home care. Ex-funcionários da rede relataram que todos os laudos e exames realizados pela criança foram falsificados pelos sócios da empresa — afirmou o delegado.
Apesar do óbito ter ocorrido em dezembro do ano passado, o delegado ressaltou que ainda não há comprovação de que a falsificação dos exames tenha relação direta com a morte da criança, cujo estado já era grave.
— Isso, no entanto, não diminui a gravidade da conduta dos responsáveis pela empresa — acrescentou.
A Bioseg foi alvo da Operação Contraprova, deflagrada pela Polícia Civil nesta sexta-feira. A rede de laboratórios prestava serviços para a Prefeitura de Cuiabá, tendo sido contratada na gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), em dezembro de 2021. A empresa é investigada por fraudes e falsificação de exames laboratoriais, incluindo testes para doenças como sífilis e HIV.
As irregularidades foram descobertas em abril deste ano, já na gestão do atual prefeito Abílio Brunini (PL), após denúncia da Vigilância Sanitária Municipal de Cuiabá. A denúncia indicava que o laboratório não realizava as análises das amostras coletadas, mas ainda assim emitia os respectivos laudos.
Durante fiscalização, foi constatado que uma coleta de sangue estava sendo realizada para um paciente encaminhado pela Prefeitura, mas o laboratório não possuía equipamentos em funcionamento para a realização dos exames. Além disso, amostras de sangue foram encontradas armazenadas de forma inadequada.
Na ocasião, o responsável técnico pelo laboratório, que também é biomédico, foi preso em flagrante. Ele alegou que as amostras eram enviadas para um laboratório terceirizado, mas não conseguiu comprovar a afirmação. O laboratório foi interditado pela Vigilância Sanitária.