- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 2 , OUTUBRO 2025
O secretário de Fazenda de Mato Grosso, Rogério Gallo, fez uma análise cautelosa sobre o pacote de medidas anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), destinado a reduzir os impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
Embora considere a iniciativa positiva, Gallo enfatizou a necessidade de um auxílio direcionado de forma criteriosa, para evitar que setores sem prejuízos reais sejam beneficiados. Segundo ele, um impacto fiscal mal calculado poderia agravar problemas econômicos existentes.
“Talvez tenha havido um certo exagero no alcance. É preciso estudar caso a caso para que isso não se transforme em uma nova bomba fiscal. Os R$ 30 bilhões anunciados ficarão fora do teto do arcabouço fiscal, o que aumenta o endividamento público, pressiona juros e pode gerar inflação — exatamente o que o país não precisa agora”, avaliou.
Gallo citou a JBS como exemplo de setor que, até o momento, não teria sofrido impacto significativo, conforme declaração do próprio CEO da empresa. Ele explicou que alguns segmentos conseguem redirecionar rapidamente suas exportações para outros mercados, enquanto outros, como o setor de frutas do Nordeste, altamente perecíveis, enfrentam perdas imediatas.
Para o secretário, o governo federal deve concentrar seus esforços em quem realmente necessita de apoio. “As políticas anunciadas são adequadas, mas é fundamental evitar que isso se transforme em uma mamata para setores que não precisam de socorro”, afirmou.
Em Mato Grosso, Gallo destacou o setor madeireiro como um dos mais prejudicados e informou que o Estado acompanhará de perto a execução das ações, adotando medidas complementares sempre que necessário.
“O papel do governo federal é regular as relações internacionais de mercado. Vamos dialogar com os setores e identificar quais realmente precisam de apoio”, concluiu.