- CUIABÁ
- TERÇA-FEIRA, 19 , AGOSTO 2025
O juiz Jean Garcia de Freitas, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, condenou oito pessoas envolvidas no esquema de lavagem de dinheiro e corrupção ativa desarticulado pela Operação Ragnatela. Deflagrada em junho de 2024, a operação revelou um esquema liderado pelo Comando Vermelho, que utilizava casas noturnas e shows em Cuiabá para lavar dinheiro do tráfico de drogas.
Os líderes da facção, Joadir Alves Gonçalves (“Jogador”), Joanilson de Lima Oliveira (“Japão”) e Willian Aparecido da Costa Pereira (“Gordão”) receberam penas de 12 a 14 anos de prisão, em regime fechado. Outros envolvidos, como promotores de eventos e ex-servidores da Câmara de Cuiabá, também foram condenados a penas de prisão, enquanto alguns poderão recorrer em liberdade.
A sentença destacou que, além da ligação com o tráfico de drogas, os acusados criaram uma organização criminosa paralela para legalizar os recursos ilícitos, adquirindo casas noturnas e organizando shows. O juiz ainda manteve a prisão de parte dos réus, alegando risco de continuidade dos crimes e forte vínculo com o crime organizado.
A Operação Ragnatela, conduzida pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), também revelou que Joadir utilizava recursos do tráfico para financiar a compra de casas noturnas, como o antigo Dallas Bar, e investir em shows. Parte do dinheiro era repassada a outros envolvidos no esquema, incluindo os promotores de eventos Rodrigo Leal e Jardel Pires.
A FICCO deflagrou ainda a segunda fase da operação, chamada Pubblicare, que mirou o ex-vereador de Cuiabá, Paulo Henrique, acusado de facilitar a concessão de licenças para shows em troca de vantagens financeiras.