- CUIABÁ
- SEXTA-FEIRA, 22 , AGOSTO 2025
A desembargadora aposentada Graciema Ribeiro de Caravellas, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), receberá R$ 5,58 milhões referentes ao tempo de serviço e diferenças salariais acumuladas durante os 13 anos em que esteve afastada do cargo por decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Graciema foi punida com aposentadoria compulsória em 2010, após ser acusada de envolvimento no chamado “Escândalo da Maçonaria” — esquema investigado por supostas fraudes para quitar uma dívida de R$ 1,4 milhão da Associação Grande Oriente do Estado de Mato Grosso (GOEMT), entre os anos de 2003 e 2005.
Segundo a denúncia, magistrados do TJMT teriam utilizado pagamentos atrasados do Judiciário para cobrir um prejuízo superior a R$ 1 milhão, relacionado a um convênio com o banco Sicoob, e destinado parte dos recursos à maçonaria.
Em 2022, Graciema e outros magistrados envolvidos conseguiram reverter a decisão do CNJ no Supremo Tribunal Federal (STF). Com isso, foram reintegrados aos cargos e passaram a pleitear o pagamento das diferenças salariais acumuladas durante o período de afastamento.
No caso de Graciema, ela reassumiu o cargo de desembargadora em outubro de 2023, mas permaneceu apenas dois meses na função, até completar 75 anos, idade-limite para a aposentadoria compulsória no serviço público.
Nos autos, a magistrada havia apresentado cálculos que somavam R$ 6,2 milhões, mas o valor final foi fixado em R$ 5.582.452,53 após análise da folha de pagamento do TJMT. O montante foi homologado em março deste ano pelo juiz Luís Aparecido Bortolussi Júnior, da 3ª Vara Especializada da Fazenda Pública de Cuiabá, e será pago por meio de precatório, encerrando a ação judicial.