- CUIABÁ
- SÁBADO, 23 , AGOSTO 2025
A tensão entre Estados Unidos e Venezuela ganhou novos contornos, mas o petróleo permanece como o principal elemento de negociação entre os dois países. Especialistas analisam que a recente movimentação militar americana próxima ao território venezuelano pode ser uma demonstração de força, tanto para o presidente Nicolás Maduro quanto para a base eleitoral nos EUA.
Embora a atual mobilização militar dos EUA não conte com um contingente suficiente para uma invasão efetiva da Venezuela, analistas sugerem que a movimentação visa enviar uma mensagem a países que adotam uma postura independente em relação à política americana, além de agradar setores mais radicais do eleitorado norte-americano, que criticam as negociações de petróleo com Maduro.
Precedente histórico gera preocupações
A situação lembra o cenário de 1989, quando os EUA invadiram o Panamá sob a alegação de combater o narcotráfico e derrubar o regime de Manuel Noriega. O ex-líder panamenho, que havia sido informante da CIA durante a Guerra Fria, acabou preso após se refugiar na embaixada do Vaticano.
No entanto, a Venezuela apresenta um cenário distinto. Após uma tentativa de golpe contra Hugo Chávez, o país se aproximou de Cuba, que desempenhou papel decisivo na reorganização militar e de segurança venezuelana. O modelo cubano de mobilização militar e controle das forças armadas foi amplamente adotado pela Venezuela, tornando-a mais resistente a possíveis intervenções externas.
Controle militar e a permanência de Maduro no poder
A permanência de Nicolás Maduro no poder está diretamente ligada ao controle que ele exerce sobre as forças armadas. Seguindo a estratégia cubana, que sustentou o regime da ilha por mais de 60 anos, a Venezuela desenvolveu um sistema robusto de controle militar, o que dificulta consideravelmente qualquer tentativa de deposição por forças externas.