- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 2 , OUTUBRO 2025
O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Max Russi (PSB), criticou a postura da deputada Edna Sampaio (PT) em relação à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Feminicídio. Para ele, a petista agiu com “falta de habilidade e experiência” ao se reunir com o secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia (União), e transformar a proposta em uma Comissão Temática para não desagradar o governo estadual. O próprio secretário anunciou o acordo publicamente.
“Se eu proponho uma CPI, eu não vou me reunir com o governo. Eu quero investigar. Agora, se o parlamentar que faz a proposta aceita isso, se reúne, busca isso, fica difícil a presidência da Assembleia fazer qualquer ação”, afirmou Max em entrevista à imprensa.
O parlamentar também criticou a retirada de assinaturas do requerimento por parte de deputados que, segundo ele, recuaram por pressão do Executivo. “A intervenção na Assembleia é ruim, não podemos aceitar isso. Se você assinar e depois recuar, eu acho muito ruim quanto à imagem de parlamentar. Tem que ter um motivo muito forte”, declarou.
Russi ainda apontou falhas técnicas no pedido protocolado por Edna. De acordo com ele, a proposta ultrapassava as competências da Casa, ao incluir questionamentos sobre o governo federal. “O embasamento da CPI não está correto. Encaminhei para a procuradoria e veio cheio de falhas”, disse.
Apesar das críticas, o presidente defendeu a importância de ampliar o debate sobre a violência contra a mulher em Mato Grosso e reafirmou apoio à criação de uma CPI, desde que esteja juridicamente fundamentada e tenha o número mínimo de assinaturas.
“É um tema sensível, que infelizmente vem crescendo no nosso Estado. O enfrentamento, da forma que está sendo feito, não está trazendo solução. O debate precisa ser ampliado. Caso nas próximas semanas tiver as assinaturas, não terei dificuldade nenhuma de abrir a CPI”, garantiu.
O pedido da deputada Edna Sampaio foi apresentado em 20 de agosto, logo após sua posse na Assembleia. Inicialmente, ela afirmou ter obtido nove assinaturas, número suficiente para a abertura da comissão. Porém, com as desistências, o requerimento não alcançou o mínimo exigido de oito parlamentares.