- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 27 , NOVEMBRO 2025


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta segunda-feira (1º) que o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), visite o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar. A visita foi autorizada para ocorrer até as 18h do mesmo dia, conforme despacho do magistrado.
O pedido foi feito pela defesa de Bolsonaro às vésperas do início do julgamento no STF que analisa a suposta participação do ex-presidente em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Desde o início de agosto, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar, determinada após descumprimento de medidas cautelares que o proibiam de usar redes sociais. Apesar de não estar em regime fechado, a medida impõe restrições rigorosas e monitoramento constante por parte da Justiça.
Restrições e fiscalização
De acordo com as regras estabelecidas por Moraes, todas as visitas ao ex-presidente — com exceção de advogados e alguns familiares — precisam ser previamente autorizadas. Os visitantes também estão proibidos de portar celulares, tirar fotos ou gravar vídeos com Bolsonaro.
Além disso, a entrada no condomínio onde o ex-presidente reside está sujeita à vistoria policial, incluindo revista em veículos e porta-malas.
Lira é aliado de Bolsonaro
Arthur Lira foi presidente da Câmara entre 2021 e 2024, sendo aliado de Bolsonaro durante dois anos de mandato. Nas eleições de 2022, declarou apoio à reeleição do ex-presidente.
Logo após a decisão que determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro, Lira classificou as medidas como “exageradas” e defendeu melhor tratamento aos ex-mandatários.
“As medidas aplicadas a Jair Bolsonaro são exageradas e acirram os ânimos em um país já polarizado, que, na verdade, precisa de paz e estabilidade para progredir”, escreveu o deputado em uma rede social.
Julgamento começa nesta terça
O pedido de visita ocorre um dia antes do início do julgamento de Bolsonaro no STF. A partir desta terça-feira (2), a Primeira Turma do Supremo começa a julgar a acusação contra o ex-presidente e outros sete réus pela suposta tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições.
Caso seja condenado, Bolsonaro poderá pegar mais de 40 anos de prisão, somando os crimes pelos quais é acusado.