O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, afirmou nesta segunda-feira (8) que o país está em estado de alerta diante do aumento da presença militar dos Estados Unidos no sul do Caribe, sob o pretexto de combate ao tráfico de drogas. Segundo ele, as forças armadas venezuelanas monitoram o uso de navios, drones e helicópteros norte-americanos na região.

“Estamos observando, porque somos um povo vigilante, alerta, sem medo. Estamos em constante estado de atenção diante de qualquer situação que possa afetar nossa segurança física e ameaçar nossa soberania”, declarou o ministro.

Padrino afirmou ainda que a Venezuela está se preparando para lidar com possíveis ameaças externas. “Estamos trabalhando intensamente para preparar o país. Quanto maior a ameaça, maior será nossa preparação”, reforçou.

Reforço militar

No domingo (7), o governo venezuelano anunciou a ampliação do contingente militar em estados costeiros como medida para intensificar o combate ao narcotráfico. A decisão veio após os Estados Unidos determinarem o envio de mais 10 caças a Porto Rico, com a missão de realizar operações contra cartéis de drogas na região.

De acordo com o ministro, cerca de 10 mil soldados foram mobilizados nos estados de Zulia e Táchira, que fazem fronteira com a Colômbia. O presidente Nicolás Maduro também ordenou o envio de reforços militares à região da Guajira, em Zulia, e à Península de Paraguaná, no estado de Falcón, áreas apontadas como rotas estratégicas para o tráfico de entorpecentes.

Tensões diplomáticas

As relações entre Venezuela e Estados Unidos têm se agravado desde que o ex-presidente Donald Trump adotou uma abordagem mais agressiva em relação ao combate ao narcotráfico e à crise política venezuelana. Maduro chegou a acusar Washington de tentar promover uma mudança de regime por meio de pressões e ameaças militares.

Na última sexta-feira (5), ao ser questionado sobre a declaração de Maduro, Trump respondeu com ambiguidade. “Não estamos tratando disso agora, mas foi uma eleição muito estranha, para dizer o mínimo”, disse o ex-presidente, sem entrar em detalhes.