O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), afirmou nesta terça-feira (9) que não apoiará as eventuais candidaturas ao governo de Mato Grosso do senador Wellington Fagundes (PL) ou do vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), caso qualquer um deles formalize aliança com o MDB para as eleições de 2026.

Em tom contundente, Abilio declarou que projetos de direita que se unirem ao MDB estão “fadados ao fracasso” no estado. Ele também criticou uma possível interferência da direção nacional do PL na condução do cenário político local.

“Gosto muito do senador Wellington, sou grato por tudo o que ele fez para nos ajudar. Tenho ótimo relacionamento com o Pivetta, também sou grato. Mas uma das coisas que deixei claro é que não estarei em nenhum projeto que envolva o MDB. Se o Otaviano ou o Wellington se juntarem ao MDB, não estarei próximo. Essa é minha decisão”, disse o prefeito, em conversa com a imprensa.

A fala de Abilio ocorre um dia após o senador Wellington Fagundes afirmar que não descarta apoio do MDB, especialmente diante do projeto de anistia eleitoral em tramitação no Congresso Nacional. O prefeito, por sua vez, rejeitou qualquer aproximação com o partido, que considera adversário histórico da direita no estado.

“Hoje, o MDB percebe que a direita tem força em Mato Grosso. E agora, em vez de votar contra o PL — pois sabem que serão derrotados —, tentam passar um verniz verde e amarelo para fingir que têm ligação com a direita, numa tentativa de enganar o eleitor. Nós não aceitamos isso”, disse.

Abilio também se posicionou contra possíveis decisões “impostas de cima para baixo” pela direção nacional do PL, e defendeu autonomia das lideranças locais.

“Vamos conversar com o PL nacional, mas deixo claro: não vou aceitar imposições nem nomes do sistema. Se a gente ceder agora e ajudar o MDB a reconquistar espaços em 2026, podem se preparar para 2028, quando o MDB vai tentar colocar de volta os mesmos nomes que disputaram em 2024”, declarou, numa referência ao grupo ligado ao ex-prefeito Emanuel Pinheiro.

Apesar das divergências, Abilio negou que pense em deixar o PL. No entanto, avisou que irá se posicionar publicamente sempre que discordar de decisões da sigla em nível nacional.

“Não saio, mas vou discordar e me posicionar. Estou conversando com outros prefeitos e deixamos claro: não vamos aceitar isso. E digo ao senador Wellington e a qualquer outro: se esse for o projeto, não estaremos nele. Se for para tentar salvar o MDB em Mato Grosso, não estaremos nele. Não vamos subsidiar a pintura de verde e amarelo do MDB”, concluiu.

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