- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 27 , NOVEMBRO 2025


O debate em torno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem tem gerado ampla repercussão negativa nas redes sociais, com 83% das menções coletadas sendo críticas ao texto, segundo levantamento do instituto de pesquisa Quaest divulgado neste sábado (20). Realizado entre 16 e 19 de setembro, o estudo contabilizou 2,3 milhões de menções, alcançando uma média de 44 milhões de perfis impactados por hora.
Apesar do alto alcance, o volume de menções por hora, que chegou a 24 mil, é inferior ao registrado em eventos como o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), que alcançou 44 mil menções por hora. Entretanto, o número é superior ao observado durante o confronto entre o Congresso e o governo, entre junho e julho, quando o impasse girava em torno do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). O pico de menções ocorreu por volta das 19h do dia 16 de setembro.
Principais alvos e críticas
Quase metade das menções sobre a PEC da Blindagem (46%) concentrou-se no presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e na própria Casa Legislativa, que se tornaram os principais alvos das críticas. A rejeição é impulsionada principalmente por parlamentares e influenciadores alinhados à esquerda.
Entre as estratégias de oposição destacam-se o uso da hashtag “#CONGRESSOINIMIGODOPVO”, publicações da deputada Erika Hilton (PSOL-SP) e vídeos gerados por inteligência artificial que satirizam o deputado Hugo Motta (“Hugo nem se importa”) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (“Tarcínico Pedágio”).
Além disso, as manifestações contra a PEC, marcadas para este domingo (21), concentraram 40% do volume total de menções, das quais 12% focam na mobilização de artistas e outras personalidades. Outros 15% associam a PEC a temas correlatos, como a anistia e o julgamento do ex-presidente Bolsonaro.
Defesa da PEC e críticas ao STF
As menções favoráveis à PEC representam apenas 17% do total e estão concentradas em publicações de parlamentares e militantes bolsonaristas. O principal argumento em defesa do projeto é a crítica ao Supremo Tribunal Federal, apontado como responsável por supostos excessos.
Aliados à direita relembram decisões do STF que, em suas palavras, prejudicaram a Operação Lava Jato e beneficiaram figuras da esquerda, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para eles, a PEC seria um mecanismo para conter esses supostos abusos da Corte.
Engajamento em grupos de mensagens
O monitoramento também abrangeu grupos públicos no WhatsApp, Telegram e Discord, onde foi possível observar diferenças de engajamento entre os espectros políticos.
Nos grupos alinhados à esquerda, o volume de mensagens sobre a PEC da Blindagem mostrou tendência de crescimento, chegando a representar 11% do total em 18 de setembro.
Já nos grupos de direita, as discussões sobre a PEC foram menos frequentes, correspondendo a apenas 2% das mensagens. O foco maior nesses espaços está na mobilização da militância (27%), no apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (22%) e nas críticas ao STF (12%).