- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 27 , NOVEMBRO 2025


O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta quarta-feira (24) que mais de 60 países em desenvolvimento demonstraram interesse em adotar modelos inspirados no programa brasileiro Gás do Povo, lançado neste mês pelo governo federal. A declaração foi feita durante a abertura da Liquid Gas Week 2025, no Rio de Janeiro.
A iniciativa prevê o fornecimento gratuito de gás de cozinha (GLP) a cerca de 17 milhões de famílias em situação de vulnerabilidade até 2026. Segundo Silveira, o programa é um “exemplo para o mundo” por promover inclusão social e energética, especialmente em países com baixa segurança energética.
“Oferecemos a expertise da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para apoiar a implementação do modelo em países em desenvolvimento, especialmente na África. A meta é contribuir com o ODS 7 da ONU, que trata do acesso universal à energia limpa, como disse o presidente Lula: é pelo diálogo que resolveremos problemas comuns a todos”, declarou o ministro.
O Gás do Povo busca reduzir em até 50% o uso de lenha e carvão nas residências brasileiras — fontes de energia ainda amplamente utilizadas em áreas de pobreza. A substituição pelo gás liquefeito de petróleo terá impacto direto na saúde de mulheres e crianças, principais afetadas pela poluição doméstica, além de reduzir as emissões de CO₂ e material particulado.
“É uma prioridade nacional. Vamos garantir estabilidade regulatória para a execução segura do programa. Isso vai significar saúde pública preservada, principalmente no Nordeste, no Norte de Minas Gerais, no Norte do país, mas também no Sul, Centro-Oeste e partes do Sudeste — regiões que ainda enfrentam extrema pobreza energética”, acrescentou Silveira.
GLP no Brasil: cobertura ampla e impacto econômico
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o GLP já está presente em 100% dos municípios brasileiros e em 91% dos lares do país. O setor movimenta cerca de 35 milhões de botijões por mês, com mais de 59 mil revendas autorizadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A cadeia do GLP gera aproximadamente 330 mil empregos diretos e indiretos, e o Brasil ocupa a 7ª posição no ranking mundial de consumo residencial do produto.
Foz do Amazonas: início de perfuração previsto para 2026
Durante o evento, o ministro também comentou sobre o andamento do licenciamento ambiental para a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, na chamada Margem Equatorial. Segundo ele, a previsão é de que as primeiras perfurações ocorram no primeiro semestre de 2026.
“Houve avanços no processo de licenciamento. As sondas já estão sendo preparadas. Vamos iniciar a pesquisa, e acredito, com base nos estudos geológicos, que teremos boas notícias sobre descobertas de petróleo”, afirmou.
Silveira ressaltou que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) está conduzindo o processo com o rigor técnico necessário. “É o tempo natural das questões técnicas serem completamente resolvidas. O Ibama é um órgão de Estado, e atua com critério. Mas estou otimista com os resultados que teremos em breve”, completou.