Após oscilações ao longo do mês, a cesta básica em Cuiabá encerrou setembro com queda de 0,84% no custo médio, fechando a R$ 785,97 para o conjunto dos 13 itens analisados. Apesar da retração semanal, o valor ainda é 5,94% superior ao registrado no mesmo período de 2024.

Os dados são do levantamento mensal do Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio-MT (IPF-MT), que apontou ainda que a média de setembro — R$ 789,98 — foi a mais baixa registrada em 2025 até agora.

Segundo o presidente da Fecomércio-MT, Wenceslau Júnior, o resultado reflete principalmente a desaceleração dos preços dos alimentos e bebidas, que vêm registrando deflação tanto em nível nacional quanto estadual.

“O conjunto de alimentos tem demonstrado desaceleração, resultando na menor média mensal do ano. A inflação sobre alimentos, embora ainda pese no bolso dos consumidores, apresenta sinais de recuo”, explicou.

Em agosto, o grupo de alimentos e bebidas registrou deflação de 0,46%, enquanto outros setores, como despesas pessoais e saúde, continuaram em alta.

Açúcar lidera queda nos preços

Entre os produtos que mais contribuíram para a queda da cesta, o destaque foi o açúcar, que teve redução de 11,62% na última semana de setembro, sendo comercializado a R$ 2,22/kg. Foi a oitava queda consecutiva do item, cujo valor atual é 39,46% inferior ao registrado no mesmo período do ano anterior.

De acordo com o IPF-MT, a safra abundante de cana-de-açúcar impulsionou a produção nacional e gerou excedente no mercado, favorecendo a queda de preços.

Tomate e batata também registram recuos

Outro item com forte retração foi o tomate, que caiu 8,90%, fechando a R$ 5,67/kg em média. Apesar da redução semanal, o produto ainda está 23,46% mais caro em relação a setembro de 2024. A queda recente é atribuída à segunda fase da safra de inverno, com clima mais ameno e melhor ritmo de colheita, o que tem normalizado a oferta nos mercados.

Já a batata acumulou a terceira semana seguida de queda, com recuo de 5,51% e preço médio de R$ 3,22/kg. A ampliação da área disponível para colheita e o aumento no ritmo de retirada do produto do campo ajudaram a evitar perdas e a elevar a oferta.

Expectativas moderadas

Para Wenceslau Júnior, os recuos consecutivos no preço do açúcar, somados às quedas no tomate e na batata, mostram como o aumento da oferta de alimentos em diversas frentes produtivas tem contribuído para aliviar, ao menos temporariamente, o custo da cesta básica.

“Esses movimentos mostram que o consumidor pode ter um pequeno alívio no orçamento, embora ainda haja pressões inflacionárias em outros grupos de consumo”, afirmou.