- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 27 , NOVEMBRO 2025


Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, na manhã desta terça-feira (7), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a necessidade de compatibilizar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental na viabilização da Ferrogrão — ferrovia que ligará a BR-163, no norte de Mato Grosso, ao Porto de Miritituba, no Pará.
“O nosso projeto é de desenvolvimento sustentável, e o papel da ministra [Marina Silva] é apontar como viabilizar algo que seja bom para o Brasil”, afirmou Haddad, ao ser questionado sobre a polêmica envolvendo a obra.
A declaração ocorre às vésperas da retomada do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF), prevista para esta quarta-feira (8). A ação questiona a validade da Lei nº 13.452/2017, que autoriza a desafetação de cerca de 900 hectares do Parque Nacional do Jamanxim, no Pará, para a construção da ferrovia.
O projeto da Ferrogrão tem como objetivo facilitar o escoamento de grãos e produtos agrícolas da região Centro-Oeste até os portos do Norte, mas enfrenta forte resistência de ambientalistas e do Ministério Público por conta do impacto ambiental previsto em áreas de preservação.
Haddad comparou o caso da Ferrogrão à polêmica em torno da transposição do Rio São Francisco, obra que também foi alvo de críticas e questionamentos por mais de uma década. “Foi uma polêmica que durou uma década, mas a ministra Marina, com todo o seu cuidado, viabilizou a maior obra hídrica da história do país”, afirmou o ministro.
Para Haddad, a função do Ministério do Meio Ambiente não é impedir grandes obras de infraestrutura, mas garantir que sejam realizadas de forma sustentável, respeitando critérios sociais, econômicos e ambientais. “Precisamos cuidar das pessoas, da economia e do meio ambiente. A ministra tem feito todos os esforços para viabilizar grandes investimentos, mas sempre com os cuidados devidos”, completou.