- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 27 , NOVEMBRO 2025


No mesmo dia em que o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou a abertura de processo disciplinar contra Marcos Pollon (PL-MS), Marcel van Hattem (Novo-RS) e Zé Trovão (PL-SC), dois dos parlamentares criticaram publicamente a decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de dar andamento às punições.
As declarações foram feitas durante a caminhada pela anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, organizada pelo pastor Silas Malafaia. O ato reuniu nomes de peso do bolsonarismo, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG), Hélio Lopes (PL-RJ), Alberto Fraga (PL-DF) e Joaquim Passarinho (PL-PA).
Durante o evento, van Hattem afirmou que a abertura do processo disciplinar é uma tentativa de calar os parlamentares que lutam pela aprovação da anistia.
“Estão querendo suspender o mandato dos deputados que obstruíram a Câmara justamente para barrar a anistia e combater a injustiça. Por isso, disse ao próprio presidente Hugo Motta: podem fazer a injustiça que quiserem contra mim, que ainda será muito pouco perto da injustiça que o povo brasileiro está sofrendo”, declarou o deputado gaúcho.
Pollon foi ainda mais enfático em sua crítica e acusou Motta de não cumprir seu papel institucional.
“Estou sendo punido porque me sentei na cadeira daquele que não cumpriu sua função constitucional de pautar a anistia”, disse o parlamentar sul-mato-grossense.
Já o senador Flávio Bolsonaro demonstrou otimismo com a tramitação do projeto de lei que propõe a anistia aos presos pelos atos antidemocráticos.
“Estamos a um passo de conseguir aprovar essa anistia”, afirmou. Ele ainda comentou que todas as vezes que visita o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, em prisão domiciliar, sai “mais convicto de continuar lutando”.
Caminhada pela anistia
O movimento pró-anistia teve início no Complexo Cultural da República, em Brasília, e seguiu em direção à Alameda José Sarney, nas proximidades do Congresso Nacional. Os manifestantes carregavam bandeiras do Brasil, cartazes contra prisões que classificam como injustas e pediam urgência na votação da proposta que prevê a anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.