quinta-feira, 9 - outubro 2025 - 18:11

CPI da CS Mobi adia relatório por falta de consenso


O ex-prefeito Emanuel Pinheiro e o vereador Rafael Ranalli
O ex-prefeito Emanuel Pinheiro e o vereador Rafael Ranalli

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da CS Mobi, vereador Rafael Ranalli (PL), anunciou o adiamento da apresentação do relatório final, inicialmente prevista para esta quinta-feira (9). A decisão foi tomada após os membros da comissão não chegarem a um consenso sobre o conteúdo do documento.

A CPI é composta por três vereadores: Rafael Ranalli, Dilemário Alencar (União) e Maysa Leão (Republicanos). Os parlamentares se reuniram durante a tarde para discutir os pontos finais do relatório. Embora o texto esteja sob responsabilidade de Dilemário, Ranalli ressaltou que todos os integrantes da comissão têm direito a opinar sobre o conteúdo.

— Estamos no gabinete discutindo os pontos finais do relatório conclusivo. Por mais que o texto seja do Dilemário, sabemos que todos têm suas opiniões. Estamos buscando um relatório que contemple as posições dos três — afirmou Ranalli.

A nova previsão de entrega do relatório é para esta sexta-feira (10), por volta das 16h. O prazo final para a conclusão dos trabalhos da CPI encerra no sábado (11).

Indiciamento de ex-prefeito

Mesmo sem o relatório definitivo, Ranalli adiantou que a comissão deve recomendar o indiciamento do ex-prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PSD), por improbidade administrativa. O principal argumento é a utilização do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) como garantia no contrato firmado com a CS Mobi, supostamente sem autorização legal para isso.

— Provavelmente vamos pugnar pelo indiciamento do ex-prefeito Emanuel, devido à utilização do FPM como fundo garantidor, sem que a medida tenha passado por esta Casa — explicou Ranalli.

Sem recomendação de rompimento imediato

Apesar das irregularidades apontadas, Ranalli informou que a CPI não irá sugerir, de forma direta, o rompimento do contrato entre a Prefeitura de Cuiabá e a CS Mobi. Em vez disso, será feita uma recomendação para que a gestão municipal reavalie os termos do acordo.

— Vamos recomendar tanto à prefeitura quanto à empresa uma possível repactuação. Caso isso não seja viável, aí sim a prefeitura pode avaliar a rescisão do contrato, caso entenda que não há vantagens — disse.

Ranalli também comentou sobre a importância do projeto para a revitalização do Centro Histórico da capital. Segundo ele, o novo mercado municipal é considerado uma das principais esperanças para a região.

— Hoje mesmo ouvimos, aqui no plenário, um representante do Centro Histórico dizer que a salvação do local pode ser o mercado municipal. Não cabe à Câmara, nem aos vereadores, transformar essa obra em um elefante branco — concluiu.

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