O presidente da Comissão de Fiscalização e Acompanhamento da Execução Orçamentária da Assembleia Legislativa (ALMT), deputado Carlos Avallone (PSDB), criticou a forma como o governo de Mato Grosso vem projetando as receitas para o orçamento do próximo ano. Segundo o parlamentar, a proposta da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026 foi construída com valores abaixo da realidade, prática que, segundo ele, tem se repetido e se intensificado na atual gestão.

De acordo com Avallone, o Executivo justifica a postura com base em fatores externos e crises internacionais que podem afetar a economia. “O governo sempre alega grandes eventos mundiais, tarifação, guerra na Ucrânia, guerra em Gaza, pandemia. Não são falas absurdas, mas precisamos discutir o limite dessa subestimação”, afirmou em entrevista na quarta-feira (8).

O deputado pontuou que a diferença entre o valor projetado e o arrecadado tem sido significativa, o que levanta preocupação sobre a real transparência das contas públicas. Segundo ele, o orçamento para 2026 estaria cerca de R$ 5 bilhões abaixo da arrecadação considerada possível.

Em reação, a Assembleia Legislativa decidiu ajustar o ritmo de tramitação da LOA e cobrar explicações do governo sobre os critérios utilizados nas estimativas. Entre os motivos de insatisfação dos parlamentares estão também a demora no pagamento das emendas parlamentares e a falta de diálogo sobre o destino de recursos excedentes.

Avallone defende que, caso haja aumento na arrecadação ao longo do ano, o Executivo seja obrigado a submeter a destinação desses valores ao crivo do Legislativo. “É importante segurar de outra forma, para que, havendo excesso, ele passe pela Assembleia e seja discutido aonde vai ser colocado”, declarou.