segunda-feira, 13 - outubro 2025 - 16:39

Pix Automático torna-se obrigatório


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Com a promessa de substituir o débito automático tradicional e os boletos bancários, o Pix automático entra em operação obrigatória na segunda-feira (13). A nova funcionalidade foi lançada em caráter opcional em junho e agora se torna obrigatória para todas as instituições financeiras participantes do sistema de pagamentos instantâneos.

Desenvolvida pelo Banco Central (BC), a ferramenta permite que o usuário autorize uma única vez o pagamento recorrente a empresas e prestadores de serviços, como microempreendedores individuais (MEIs), com os débitos sendo realizados automaticamente na conta do pagador.

A quem se destina

De acordo com o BC, o Pix automático pode beneficiar até 60 milhões de brasileiros que não possuem cartão de crédito. Para as empresas, a tecnologia simplifica a cobrança recorrente, já que dispensa convênios bancários individuais — exigência do modelo atual de débito automático, viável apenas para grandes corporações.

Agora, basta que a empresa ou o MEI solicite a adesão ao Pix automático no banco onde possui conta.


Como funciona o Pix automático

  1. A empresa envia um pedido de autorização de cobrança ao cliente;

  2. No aplicativo do banco, o cliente acessa a aba “Pix automático”;

  3. Lê e aceita os termos da operação;

  4. Define a periodicidade, o valor (fixo ou variável) e o limite por transação;

  5. A partir da data combinada, o sistema realiza os débitos automaticamente;

  6. A cobrança funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, inclusive feriados;

  7. O usuário pode cancelar, pausar ou ajustar a autorização a qualquer momento.


Tipos de contas e limitações

O Pix automático é válido apenas quando o pagador é pessoa física e o recebedor é uma empresa ou prestador de serviço. Para transferências periódicas entre pessoas físicas — como mesadas ou salários de domésticos — deve ser utilizado o Pix agendado recorrente, modalidade que os bancos estão obrigados a oferecer desde outubro de 2024.


Exemplos de cobranças com Pix automático:

  • Contas de consumo: água, luz, telefone

  • Mensalidades escolares e de academias

  • Assinaturas digitais: streaming, música, jornais

  • Clubes de assinatura

  • Serviços com cobrança periódica (ex: manutenção, planos de saúde)

Anteriormente, micro e pequenas empresas utilizavam o Pix agendado recorrente para este tipo de cobrança, exigindo do cliente o preenchimento manual da chave Pix, valor e periodicidade — algo sujeito a erros. O Pix automático simplifica esse processo com uma autorização única.


Segurança e combate a fraudes

O Banco Central estabeleceu normas rígidas para evitar fraudes com o uso do Pix automático, principalmente em relação a falsas empresas que possam enviar solicitações de cobrança indevidas. Apenas empresas com mais de seis meses de atividade poderão utilizar o serviço.

As instituições financeiras são obrigadas a validar os seguintes pontos antes de liberar a empresa para uso do Pix automático:

  • Data de inscrição no CNPJ e situação cadastral dos sócios (CPF);

  • Compatibilidade entre a atividade econômica declarada e o serviço oferecido;

  • Capital social, número de funcionários e faturamento;

  • Histórico da conta bancária e uso de outros meios de cobrança;

  • Frequência de transações com a instituição financeira.


O Banco Central reforça que a nova modalidade tem como objetivo incluir milhões de brasileiros no sistema financeiro digital com mais praticidade e segurança, reduzindo custos e burocracias tanto para empresas quanto para consumidores.

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