- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 27 , NOVEMBRO 2025


O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) rejeitou mais uma vez o pedido de prisão domiciliar feito pela defesa de Carlos Augusto Bezerra Filho, conhecido como Carlinhos Bezerra, acusado de assassinar a ex-namorada, a servidora pública Thays Machado, e o namorado dela, Willian Cesar Moreno, em janeiro de 2023. Atualmente, ele está detido na Penitenciária Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande.
A decisão foi proferida na última quarta-feira (15) pelo desembargador Paulo Sérgio Carreira de Souza, da Segunda Câmara Criminal, que negou o habeas corpus solicitado pelos advogados do acusado, filho do ex-deputado federal e liderança histórica do MDB, Carlos Bezerra.
A defesa alegava que Carlinhos sofre de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, além de complicações pós-cirúrgicas, e que o sistema prisional não dispõe de estrutura adequada para o atendimento médico necessário.
Porém, o desembargador entendeu que, apesar das comorbidades, não há comprovação de que o réu esteja em condição de extrema debilidade física ou risco iminente de morte, tampouco que o tratamento não possa ser realizado dentro do presídio.
Paulo Sérgio também destacou o histórico de descumprimento de medidas por parte do acusado. Em 2024, quando beneficiado com prisão domiciliar, Carlinhos teria se ausentado para realizar exames não autorizados e foi flagrado acompanhado de seguranças armados em um supermercado de Cuiabá.
Além disso, mesmo após ter sido autorizado a realizar cirurgias eletivas e se recuperar fora da cadeia, ele recusou os procedimentos, assinando a negativa de próprio punho — o que enfraquece a alegação de risco à saúde apresentada pela defesa.
A decisão de manter o acusado preso considerou ainda a gravidade dos crimes. Carlinhos responde por dois homicídios qualificados, sendo um deles com a qualificadora de feminicídio.
Carlinhos Bezerra foi preso em flagrante no dia 19 de janeiro de 2023, após assassinar a tiros a ex-namorada e o namorado dela, em frente ao prédio onde a mãe de Thays residia, em Cuiabá. O crime aconteceu em plena luz do dia, motivado pela recusa em aceitar o fim do relacionamento.
Desde então, ele permanece no sistema prisional de Várzea Grande, enquanto o Tribunal de Justiça aguarda a marcação da data para o júri popular. Conforme a decisão, Carlinhos tem apresentado sucessivos recursos na tentativa de adiar o julgamento.