Os ataques do governador Mauro Mendes (União) ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se autoexilou nos Estados Unidos, abriram uma crise com o PL de Mato Grosso e com os chamados “bolsonaristas raiz”. A tensão coloca em dúvida o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) às possíveis candidaturas de Mauro ao Senado e do vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) ao governo do Estado em 2026.

A crise começou após Mauro Mendes afirmar que Eduardo Bolsonaro havia “enlouquecido” e estava falando “merda”. Em resposta, o deputado chamou o governador de “frouxo” e “político bosta”.

“Senhor Mauro Mendes, o senhor não tem coragem de chamar as coisas pelo nome? Não me culpe pela sua frouxidão, porque se eu estou hoje vivendo no exílio, é por causa de políticos bostas igual o senhor, com essa opiniãozinha que vende para o público, responsabilizando os outros pela sua falta de coragem”, declarou Eduardo no domingo (9), em suas redes sociais.

As falas de Mauro também foram rebatidas pelo deputado estadual Gilberto Cattani (PL). Em vídeo, o parlamentar afirmou que o governador não respeita o ex-presidente Jair Bolsonaro e, por isso, critica seu filho. Ele disse ainda que Mauro “tem cagado pela boca”.

“Realmente as pessoas conseguem falar merda pelo orifício superior, que é a boca. A sua fala é a prova disso, governador”, afirmou Cattani.

Apesar de dizer que respeita Mauro Mendes e que não queria gravar o vídeo, Cattani declarou que, caso o governador seja eleito senador, seria “um senador do STF (Supremo Tribunal Federal)”.
“É sério que o senhor quer ser senador de Mato Grosso com esse tipo de ideia? Sinto muito lhe dizer, governador, mas se o senhor for senador, nós não teremos um senador — o STF terá. A sua fala deixa isso muito claro”, completou.

O deputado também ironizou a aproximação de Mauro ao bolsonarismo:
“Tem uma história aqui na roça que é o seguinte: você pode pegar um peru, tirar todas as penas dele, botar um monte de pena de pavão, vai parecer um pavão; mas no dia que ele abrir o bico, vai fazer ‘gru, gru, gru’. É a natureza da pessoa, ninguém consegue mudar a sua natureza”, comparou Cattani.

No vídeo, Eduardo Bolsonaro ainda desafiou o governador a mobilizar a bancada federal para pressionar pela anistia dos presos e condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e do próprio Jair Bolsonaro.

A reação de Eduardo Bolsonaro e Gilberto Cattani evidencia a insatisfação do grupo com a postura de Mauro Mendes e aponta para possíveis reflexos no cenário político de 2026.