O vereador cuiabano Rafael Ranalli (PL) admitiu ter “blefado” ao convidar publicamente o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL-RJ) para transferir o domicílio eleitoral e disputar o Senado por Mato Grosso. Após a repercussão do vídeo divulgado ao lado do deputado estadual Elizeu Nascimento (PL), Ranalli reconheceu que a ideia nunca passou de uma provocação política.

A declaração foi feita à Rádio Cultura FM. Ranalli afirmou que a sugestão surgiu em conversas informais no gabinete de Elizeu, durante o auge da disputa interna entre grupos bolsonaristas em Santa Catarina. Segundo ele, a proposta servia apenas para “mexer” no cenário local e pressionar o governador Mauro Mendes (União), que tenta se firmar como segunda opção ao Senado com apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ranalli afirmou que não existe qualquer articulação real para trazer Carlos Bolsonaro a Mato Grosso. Ele classificou a ideia como “utopia”, reconhecendo que se tratava apenas de um movimento simbólico para reforçar a disputa interna no PL. “Seria um pé na porta, nada além disso”, declarou.

Apesar do recuo, Ranalli aproveitou para reforçar seu próprio desejo de concorrer ao Senado. Ele admite que enfrentaria adversários com muito mais estrutura, mas diz que uma eventual candidatura seria “Davi contra Golias” e representaria a “direita raiz” no estado.

A proposta de “importar” Carlos Bolsonaro surgiu no dia 13, quando Ranalli e Elizeu divulgaram um vídeo convidando o vereador carioca para disputar a segunda vaga ao Senado, já que a primeira está reservada ao deputado federal José Medeiros (PL). Na ocasião, Ranalli justificou o convite como uma forma de barrar o que chama de “oportunistas” que tentam se beneficiar do bolsonarismo sem representar o movimento.