- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 27 , NOVEMBRO 2025


O vice-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Júlio Campos (União Brasil), avaliou que o reajuste de 6,8% aos servidores do Poder Judiciário pode acabar sendo decidido apenas em 2026. Isso ocorrerá caso o projeto seja finalmente votado, aprovado e depois vetado pelo governador Mauro Mendes (União), o que empurraria a análise do veto para o próximo ano legislativo.
O projeto, encaminhado pelo Tribunal de Justiça há cerca de três meses, enfrenta resistência do Executivo, que tem mobilizado sua base para impedir a votação. Na última sessão, o andamento foi novamente interrompido após um pedido de vistas do deputado Chico Guarnieri (PRD), o terceiro desde que a proposta chegou ao plenário.
O presidente da ALMT, Max Russi (PSB), afirma que a matéria deve ser votada na quarta-feira (19), já que novas vistas estão proibidas pelo regimento. Ele pondera, no entanto, que o avanço dependerá do quórum no dia da sessão.
Júlio Campos criticou as manobras que atrasam o trâmite e disse que apenas a apresentação de uma emenda poderia travar novamente o processo, pois exigiria retorno à Comissão de Constituição e Justiça. Para ele, a Assembleia tem cedido a pressões externas. “O Tribunal de Justiça é um poder independente, com autonomia financeira e orçamentária. Lamentavelmente, por pressões superiores, a votação não ocorreu”, declarou ao Jornal do Meio Dia (TV Vila Real).
O deputado reconheceu o temor do governo de que a aprovação gere efeito cascata e motive outras categorias a reivindicar aumento. Segundo ele, se todos os poderes pleiteassem percentual semelhante, o impacto passaria de R$ 42 milhões para R$ 1,6 bilhão mensais. Campos também admitiu influência direta do Executivo sobre parlamentares aliados.
Ele citou pedidos de vistas anteriores apresentados pelos deputados Beto Dois a Um, Dr. Eugênio e, mais recentemente, Chico Guarnieri. Mesmo assim, acredita que o texto será apreciado na próxima sessão. Campos alertou, contudo, que o governo ainda possui um instrumento decisivo: o veto. “O Executivo pode vetar o aumento, e o veto só será analisado no ano que vem, já que as atividades legislativas se encerram em 17 de dezembro, quando será votado o orçamento de 2026”, afirmou.