- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 27 , NOVEMBRO 2025


O deputado estadual Júlio Campos (União Brasil) criticou duramente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após o anúncio da ampliação e homologação de novas Terras Indígenas em Mato Grosso durante a COP 30, em Belém. Segundo o parlamentar, a medida atende a interesses internacionais e não reflete as necessidades reais das comunidades indígenas no Estado.
Para Júlio Campos, o decreto representa um gesto “demagógico”, voltado a agradar organizações estrangeiras. Ele afirmou que os povos indígenas buscam assistência técnica e apoio para produção, e não a expansão de áreas territoriais. “Os índios não querem essa demagogia do PT, do presidente Lula, para agradar ONGs internacionais”, declarou em entrevista.
O deputado citou como exemplo comunidades de Campo Novo do Parecis, que se desenvolveram por meio de atividades produtivas, ecoturismo e investimentos em educação. “Eles querem trabalhar, querem equipamentos, querem financiamento. Não querem mais terra”, afirmou.
Entre as áreas ampliadas está a Terra Indígena Manoki, que passou de cerca de 46 mil hectares para aproximadamente 250 mil hectares. Outras duas áreas homologadas são a Terra Indígena Uirapuru, com cerca de 21,6 mil hectares, e a Estação Parecis, com 2,1 mil hectares. Todas estão localizadas em regiões de intensa produção agrícola no Estado.
Júlio Campos também mencionou um editorial do jornal Estado de São Paulo, que aponta abandono de terras por comunidades indígenas e quilombolas devido à falta de condições para manutenção e produção. Segundo ele, o governo deveria concentrar esforços em fortalecer órgãos como a Funai, atualmente “acabada”.
O deputado reforçou que a medida representa prejuízo direto à economia mato-grossense e um retrocesso para os próprios povos tradicionais. “Temos vários indígenas formados, técnicos, agrônomos, veterinários. Eles não querem isso. O Governo Lula, em uma demagogia brutal, cometeu mais um crime contra o desenvolvimento econômico e social de Mato Grosso”, concluiu.