- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 27 , NOVEMBRO 2025


O deputado estadual Júlio Campos (União Brasil) criticou as manifestações do prefeito Abilio Brunini e do vereador Rafael Ranalli após o Supremo Tribunal Federal encerrar definitivamente qualquer possibilidade de reversão da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
Para Júlio, as falas recentes — marcadas por ataques a petistas — intensificam um clima de radicalização que, segundo ele, “prejudica a própria direita”.
O parlamentar classificou como lamentáveis as declarações de Abilio, que teria sugerido a demissão de servidores simpatizantes do PT, e de Ranalli, que chamou eleitores petistas de “bandidos” e “maconheiros”, além de fazer referências ofensivas a mulheres.
“Lamentável. O radicalismo é muito ruim. A direita perde voto com palavras ofensivas desse tipo de político. A perda é muito grande”, afirmou.
Júlio Campos considerou que a punição ao ex-presidente foi “bastante elevada”, mas ressaltou que, mesmo discordando da interpretação do STF, é fundamental respeitar as instituições.
“Não é porque ele foi punido que agora o pessoal vai radicalizar contra. Não precisa disso”, disse. Ele reforçou que decisões judiciais devem ser cumpridas e contestadas pelos meios legais:
“Qualquer decisão judicial tem que ser cumprida. E, se houver discordância, cabe recorrer. Esse é o caminho”.
O deputado também destacou que o Congresso discute propostas que podem alterar penas e até conceder anistia a envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Por isso, considera irresponsável estimular conflitos políticos e sociais.
“É bom lembrar o vereador Rafael Ranalli e o prefeito Abilio que há um projeto no Congresso discutindo redução de penas e até anistia. Então, para que essa radicalização?”, questionou.
Por fim, Júlio Campos afirmou que discursos agressivos afastam eleitores e dificultam a construção de consensos.
“Para que xingar e ofender o adversário? O petista é tão político quanto nós da direita. Temos que respeitar”, declarou.
O parlamentar defendeu um tom mais moderado no debate público:
“Menos radicalização é o ideal para o país”.