terça-feira, 2 - dezembro 2025 - 15:13

Herdeiro nega acordo para regularizar área ocupada no Contorno Leste


Reprodução
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A família de João Pinto, morto na área do Contorno Leste, afirmou nesta terça-feira (2), na Câmara de Cuiabá, que não tem interesse em vender sua parte do terreno. A declaração ocorre um dia após o prefeito Abilio Brunini (PL) anunciar a iniciativa de regularização fundiária da região, onde 1.170 famílias vivem em situação irregular.

A área invadida possui cerca de 270 hectares e pertence a três proprietários distintos. Dois deles concordaram em negociar a terra com a prefeitura, mas os herdeiros de João Pinto rejeitam a desapropriação. Segundo José Antônio Ribeiro Pinto, filho do proprietário, a decisão é baseada na defesa da propriedade familiar, mantida desde 1967. Ele afirmou que a família não foi consultada antes do anúncio da regularização.

José Antônio relatou ainda que a família ofereceu à prefeitura a doação de 5,7 hectares para abrigar parte das famílias, mas a proposta não foi aceita. A gestão municipal informou que a área seria insuficiente, contemplando apenas cerca de metade dos moradores.

O herdeiro reforçou que a recusa não está relacionada ao valor da desapropriação, que ainda não foi divulgado. Ele afirmou que a resistência decorre da relação histórica da família com o local e do assassinato do pai, ocorrido no Contorno Leste em fevereiro de 2024.

A área começou a ser ocupada em fevereiro de 2023, durante obras de drenagem da avenida Contorno Leste, construída sobre a antiga propriedade rural destinada à pecuária. A família ingressou com ação de despejo, que ainda tramita.

João Pinto, de 87 anos, foi morto por um policial civil em 23 de fevereiro de 2024. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

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