- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 24 , ABRIL 2025
O embaixador da Ucrânia no Reino Unido, Valerii Zaluzhnyi, criticou duramente os Estados Unidos, afirmando que o país está “destruindo” a ordem mundial. Em um momento de tensão, com a Ucrânia tentando corrigir relações com o governo dos EUA após um confronto entre Volodymyr Zelensky e Donald Trump, Zaluzhnyi alertou contra as negociações dos EUA com a Rússia, sugerindo que isso poderia enfraquecer a posição da Ucrânia e da Europa. Ele também expressou preocupações sobre a futura relevância da Otan, questionando se a aliança militar poderia desaparecer devido à mudança de postura dos EUA.
Zaluzhnyi acusou o governo dos EUA de questionar a unidade ocidental ao se aproximar da Rússia, excluindo a Ucrânia e a Europa dos debates sobre segurança. Ele alertou que a Rússia poderia, em breve, focar na Europa após conquistar uma aproximação com os EUA. Suas declarações foram feitas em um painel no think tank britânico Chatham House, no qual ele também afirmou que os EUA estavam delegando questões de segurança para a Europa sem se envolver ativamente.
Essas declarações surgem enquanto a Europa luta para garantir suas capacidades de defesa, com o receio crescente de que a política americana possa deixar a região vulnerável à ameaça russa. Após o episódio tenso entre Zelensky e Trump, os aliados europeus da Ucrânia se uniram em apoio a Kiev. Zelensky, por sua vez, procurou aliviar as tensões com os EUA, reconhecendo que a reunião com Trump foi “lamentável” e indicando disposição para negociar o fim do conflito.
Na quinta-feira, líderes europeus se reuniram em Bruxelas para uma cúpula de emergência, reafirmando o apoio à Ucrânia enquanto o país busca um papel nas negociações para resolver o conflito com a Rússia.
Entenda a guerra entre Rússia e Ucrânia
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin.
Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada. A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.
Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.
As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.
O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.
A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.
O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.