- CUIABÁ
- QUARTA-FEIRA, 30 , ABRIL 2025
A necropsia realizada pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) confirmou que a adolescente Emelly Azevedo Sena, de 16 anos, teve o bebê retirado de seu ventre ainda viva. O exame constatou que a causa da morte se deu por conta de hemorragia, diante do corte feito no abdômen para a retirada da criança.
A análise também apontou múltiplas lesões contundentes na vítima, incluindo ferimentos na face e no olho direito, possivelmente causados por socos. Emelly foi encontrada com os punhos e os pés amarrados com cabos de internet. As informações foram divulgadas pela Diretora Metropolitana de Medicina Legal, Alessandra Carvalho Mariano, em entrevista coletiva na sede da Secretaria de Estado de Segurança Pública, nesta sexta-feira (14).
“O que se tem de vestígio que pode-se afirmar é que ela morreu após perder todo o sangue do seu corpo. Foram realizadas aberturas precisas, preservando as camadas da pele, inclusive, de outras vísceras, outros órgãos, e uma abertura uterina preservando inclusive o bebê. Encontramos vestígios placentários em seu útero, e que não há nenhuma dúvida de que era puérpera”, afirmou Alessandra.
Segundo o Diretor Geral da Politec, Jaime Trevizan Teixeira, foi realizado exame de DNA no bebê para confirmação do vínculo genético com a adolescente. Outros exames seguem em andamento, incluindo a análise de vestígios coletados no local do crime, exames toxicológicos para verificar se a vítima foi dopada e testes de DNA em material retirado das unhas da jovem para identificar possíveis lesões de defesa.
Os peritos também utilizaram luminol para detectar sangue oculto na residência onde o crime ocorreu. Durante a análise, foram encontrados sulcos nas mãos e no pescoço da vítima, indicando o uso de instrumento constritor, além de sacolas plásticas, possivelmente empregadas para abafar o som.
As incisões em formato de “T” no abdômen da adolescente sugerem que o crime foi cometido com destreza. “O que se pode afirmar é que ela morreu após perder todo o sangue do corpo. Foram feitas aberturas precisas, preservando camadas da pele, órgãos e a abertura uterina, mantendo o bebê intacto. Encontramos vestígios placentários, sem dúvidas de que ela era puérpera”, explicou Alessandra Mariano.
Os laudos finais da perícia serão entregues à Polícia Civil no prazo de 30 dias. “As investigações seguem para compor o quebra-cabeça e trazer respostas sobre a dinâmica do crime”, concluiu Jaime Trevizan.