terça-feira, 18 - março 2025 - 13:58

Eduardo Bolsonaro tirará licença para morar nos EUA


Deputado Federal Eduardo Bolsonaro
Deputado Federal Eduardo Bolsonaro

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou, nesta terça-feira (18), que vai se licenciar do mandato parlamentar para residir nos Estados Unidos, onde se encontra atualmente. A decisão foi divulgada em meio a críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pelo inquérito que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado — investigação da qual Eduardo não é alvo.

Segundo apuração da colunista Natuza Nery, do g1 e GloboNews, a decisão de Eduardo Bolsonaro foi influenciada por um episódio envolvendo sua ascensão à presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. O deputado foi informado, no último domingo (16), pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que não assumiria o cargo. A decisão do partido teria deixado Eduardo sem justificativas políticas para a perda da função, o que, segundo fontes, pode ter motivado sua decisão de tirar licença e se mudar para os EUA.

O anúncio foi feito nas redes sociais do deputado, uma semana antes de um julgamento no STF que pode resultar na formalização de acusação contra seu pai, Jair Bolsonaro, no contexto da tentativa de golpe de Estado. Eduardo informou que a licença será temporária e, durante esse período, ele abrirá mão de seu salário de R$ 46.366,19. O deputado foi o terceiro mais votado em São Paulo nas eleições de 2022, com 741.701 votos.

Durante sua licença, Eduardo Bolsonaro afirmou que a presidência da Comissão de Relações Exteriores será assumida por seu colega de partido, deputado Luciano Zucco, líder da oposição na Câmara. O parlamentar também destacou que seu foco será buscar “justas punições” contra o ministro Alexandre de Moraes e sua atuação na Polícia Federal, referindo-se à sua atuação no inquérito que investiga seu pai.

A decisão de Eduardo Bolsonaro gerou repercussão na Câmara dos Deputados, com parlamentares favoráveis à sua indicação para a comissão apontando sua proximidade com aliados do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Por outro lado, a possível presidência da comissão foi criticada por parlamentares ligados ao governo, que temiam que o cargo fosse usado como plataforma para ataques políticos a Moraes e a outros membros do STF.

O deputado não detalhou por quanto tempo permanecerá nos Estados Unidos, mas deixou claro que sua mudança está atrelada à situação política e judicial envolvendo seu pai, Jair Bolsonaro.

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