- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 24 , ABRIL 2025
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a proposta do governo para o consignado privado é uma resposta às elevadas taxas de juros no Brasil, ressaltando, no entanto, que a definição da taxa Selic é uma atribuição exclusiva do Banco Central. A declaração foi feita durante entrevista ao programa “Bom Dia, Ministro”, da EBC, na quinta-feira (20).
Sobre a recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de aumentar a Selic para 14,25% ao ano, Haddad comentou: “Subiu para 14,25% ao ano, o que considero uma taxa elevada. Não só eu, como todos que nos acompanham, também consideram.”
O ministro explicou que o projeto do consignado privado busca estender aos trabalhadores celetistas a possibilidade de acessar crédito com condições mais favoráveis, semelhante ao que já é direito dos aposentados e servidores públicos. “O crédito pessoal sempre foi muito caro no Brasil, mesmo quando as taxas de juros eram baixas”, afirmou Haddad.
A nova plataforma, que permitirá a contratação do consignado privado, estará em operação a partir de sexta-feira (21). De acordo com Haddad, a iniciativa visa permitir que os trabalhadores renegociem suas dívidas com taxas de juros mais acessíveis, mesmo em um cenário de juros elevados. “Apesar do aumento da Selic, estamos abrindo um caminho para permitir que você renegocie suas dívidas a taxas mais civilizadas”, disse o ministro.
Haddad também destacou que o projeto ajudará a inibir o superendividamento, que muitas vezes resulta da combinação de altas taxas de juros com a inadimplência. “Muitas vezes, o superendividamento é consequência dos juros elevados, e não do fato de a pessoa ter tomado um grande montante emprestado. O pouco dinheiro a juros altos se transforma em uma dívida impagável. Ao oferecer condições para que o trabalhador administre suas dívidas com juros mais razoáveis, impedimos o superendividamento”, concluiu o ministro.