quarta-feira, 26 - março 2025 - 18:08

Assassina de grávida é denunciada por feminicídio e mais 7 crimes em Cuiabá


Nataly Helen Martins Pereira
Nataly Helen Martins Pereira

O Ministério Público de Mato Grosso (MPE) denunciou, nessa quarta-feira (26), a bombeira civil Nataly Helen Martins Pereira, 25, por feminicídio e outros 7 crimes pelo assassinato da adolescente Emelly Azevedo Sena, 16, que estava grávida de 9 meses e morreu após ter o bebê roubado do ventre ainda viva no dia 12 de março, em Cuiabá.

A denúncia, oferecida pela 27ª Promotoria de Justiça Criminal, inclui oito crimes: feminicídio, tentativa de aborto, subtração de recém-nascido, parto suposto, ocultação de cadáver, fraude processual, falsificação de documento particular e uso de documento falso.

O promotor de Justiça Rinaldo Segundo enfatizou que o crime se configura como feminicídio, pois demonstrou menosprezo pela condição feminina da vítima.

“Nataly tratou Emelly como um mero objeto reprodutor, um ‘recipiente’ para o bebê que desejava, demonstrando total desprezo pela sua integridade corporal e autodeterminação. A conduta de Nataly revela a coisificação do corpo feminino, reduzindo-o à sua função reprodutiva, como evidenciado pelo fato de ter mantido contato com a vítima por meses apenas com o intuito de monitorar o desenvolvimento da sua gestação e, no momento oportuno, apropriar-se violentamente do fruto de seu ventre”, argumentou.

O caso
A denúncia cita que a assassina atraiu a vítima sob o pretexto de doar roupas para a bebê, a imobilizou e asfixiou, causando-lhe a morte e colocando em risco a vida do feto. Nataly, mãe de três meninos e impossibilitada de engravidar devido a uma laqueadura, vinha mapeando mulheres grávidas de meninas.

A partir de um grupo de doação de itens para bebês, ela manteve contato com Emelly por meses, esperando o momento para cometer o crime.

Nataly foi detida no dia 13 de março e confessou o crime ao ser interrogada na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O corpo da vítima foi encontrado enterrado no quintal da casa do irmão da suspeita, no bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá.

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