- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 24 , ABRIL 2025
O Tribunal do Júri de Cuiabá condenou Murilo Henrique Araújo de Souza e Richard Estaques Aguiar Silva Conceição a 17 anos de prisão, em regime inicial fechado, pelo assassinato do assessor parlamentar Wanderley Leandro Nascimento da Costa, ocorrido em fevereiro de 2023. O julgamento foi realizado na terça-feira (1), sob a presidência da juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, da 1ª Vara Criminal da Capital.
Na sentença, a juíza determinou que os réus cumpram a pena em regime fechado, mantendo a prisão dos dois desde a época do crime. Ambos tinham um relacionamento homoafetivo com a vítima. A magistrada afirmou que não havia justificativas substanciais para revisão da condenação, destacando que o Tribunal de Júri havia optado por uma das teses apresentadas durante o julgamento. Ela também ressaltou que, após a condenação, a execução da pena deveria ser imediata, sem a possibilidade de recursos em liberdade.
Em sua sentença, a juíza também abordou o impacto social do crime, destacando a tragédia para a família de Wanderley. Ele desempenhava o papel de pai dos filhos de sua companheira, Maísa Valdonado Ronquigali, incluindo um filho autista, além de prover o sustento de outros dois filhos de Maísa, que não eram seus biológicos, mas tratados como tal. Maísa relatou que, com a morte de Wanderley, as crianças ficaram privadas do seu apoio financeiro, o que afetou negativamente seu bem-estar emocional e psicológico.
Resumo do caso
Wanderley, assessor do deputado Wilson Santos (PSD), desapareceu em 16 de fevereiro de 2023 e foi encontrado morto cinco dias depois, em avançado estado de decomposição, na região do Cinturão Verde. A Polícia Civil descobriu que, após o crime, os réus foram à casa da vítima, onde roubaram uma TV de 70 polegadas e o veículo de Wanderley. Investigações indicaram que o carro da vítima passou por um pedágio em direção a Sinop, o que possibilitou a captura dos suspeitos.
As investigações também revelaram que Wanderley tinha envolvimento com menores de idade e oferecia dinheiro para manter relações sexuais. A Polícia Civil concluiu que o homicídio foi motivado por vingança, após a vítima supostamente assediar parentes menores de idade dos acusados.
A condenação e os detalhes do caso destacam a gravidade do crime e o impacto devastador na vida da família da vítima.