Um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a imposição de tarifas recíprocas que variam de 10% a 50% sobre produtos importados, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), criticou as medidas. Lula afirmou que o Brasil não “bate continência” para nenhuma bandeira que não seja a nacional. “Um país [o Brasil] que não tolera ameaça à democracia e que não bate continência para nenhuma outra bandeira que não seja a verde e amarela”, declarou Lula durante evento em que apresentou um balanço das ações do governo desde o início de seu mandato, em 2023.

O presidente brasileiro exigiu “reciprocidade no tratamento” internacional e defendeu o “multilateralismo e o livre comércio”, afirmando que o Brasil responderá a qualquer tentativa de imposição de um protecionismo que, segundo ele, “não cabe mais hoje no mundo”.

“Em resposta à decisão dos Estados Unidos de impor uma sobretaxa aos produtos brasileiros, tomaremos todas as medidas cabíveis para defender nossas empresas e trabalhadores brasileiros, com base na lei da reciprocidade econômica aprovada recentemente pelo Congresso Nacional e nas diretrizes da Organização Mundial do Comércio”, afirmou Lula.

A lei mencionada por Lula foi aprovada pela Câmara dos Deputados na última quarta-feira (2), em votação simbólica, e segue agora para sanção presidencial. O projeto estabelece critérios para a reciprocidade, em casos de ações estrangeiras que possam impactar negativamente a competitividade internacional do Brasil. Ao anunciar as tarifas, Trump afirmou que essa medida deveria ter sido tomada há muito tempo, classificando como “injustiça” as barreiras tarifárias impostas por países com os quais os Estados Unidos mantêm relações comerciais. Ele descreveu as tarifas como “gentis”.