- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 1 , MAIO 2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9) que reduzirá temporariamente suas tarifas recíprocas para 10% durante um período de 90 dias. A medida, que entra em vigor imediatamente, foi comunicada por meio de sua rede social, Truth Social, com o objetivo de facilitar negociações comerciais. Trump também informou que aumentará as tarifas de importação sobre a China para 125%, como parte de uma retaliação contínua a Pequim, visando forçar a nação asiática a participar de negociações sobre questões comerciais.
A decisão de Trump de estabelecer uma pausa nas tarifas foi motivada pela falta de respeito que, segundo ele, a China demonstrou aos mercados globais. “Espero que, no futuro próximo, a China perceba que os dias de exploração dos EUA e de outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis”, afirmou o presidente. A medida afetará novos impostos que entraram em vigor na madrugada de quarta-feira, que abrangem 57 países. No entanto, as tarifas de 10% impostas desde o sábado (5) – incluindo ao Brasil – permanecerão inalteradas.
A escalada das tarifas tem gerado reações negativas no mercado, aumentando as perspectivas de uma recessão global. A China e a União Europeia já responderam com retaliações. Pequim, por exemplo, impôs restrições a 18 empresas norte-americanas, principalmente nos setores de defesa, ampliando as sanções já aplicadas a cerca de 60 companhias dos EUA em resposta às tarifas de Trump.
O Ministério das Finanças da China classificou o aumento das tarifas como “um erro”, alegando que infringe os direitos comerciais legítimos da China e prejudica o sistema multilateral de comércio baseado em regras. Por outro lado, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que o aumento das tarifas é uma reação aos “maus atores” e à insistência da China em intensificar a tensão. Ele reforçou que, embora a China tenha escalado as tensões comerciais, os EUA não estão em uma “guerra comercial”, mas sim buscando uma solução com seus parceiros comerciais.
Peter Navarro, consultor comercial sênior dos EUA, também se posicionou em defesa das tarifas, destacando que elas são uma estratégia para reduzir o déficit comercial dos Estados Unidos e nivelar o campo de jogo com outras nações. Segundo Navarro, Trump tem a capacidade de negociar acordos comerciais vantajosos, desafiando as previsões negativas de Wall Street.
A pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas permitirá que os países, exceto a China, negociem um acordo com uma tarifa de 10%. Enquanto isso, os Estados Unidos seguem buscando soluções comerciais com países como Vietnã, Japão, Coreia do Sul e Índia, visando minimizar os impactos econômicos globais da escalada tarifária.