- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 24 , ABRIL 2025
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (10) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem recomendado “muita prudência” em relação às alterações nas tarifas de importação anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em declarações feitas durante evento no Ministério da Fazenda, Haddad ressaltou que, devido à rápida mudança nas circunstâncias, “não há uma diretriz clara” sobre a questão. “As coisas mudam a cada 24 horas. Não é possível, com esses poucos dias transcorridos, fazer uma avaliação criteriosa”, explicou o ministro. “Qualquer coisa que eu falasse aqui poderia ser desmentida amanhã, dependendo dos desdobramentos”, acrescentou.
O ministro também destacou que as conversas diplomáticas com os Estados Unidos continuam em andamento, especialmente com o secretário responsável pelo comércio exterior. “Os canais diplomáticos com os norte-americanos estão abertos e as conversas estão acontecendo”, afirmou Haddad.
Ele também observou que os países da América do Sul foram menos impactados pelas novas tarifas, com uma sobretaxa de apenas 10%, em comparação com outras regiões, como a Europa. “As tarifas mais altas, no entanto, foram aplicadas apenas à China. Precisamos aguardar um posicionamento final para determinar os próximos passos”, disse.
Haddad enfatizou ainda que as relações diplomáticas com os Estados Unidos seguem sendo uma prioridade para o Brasil, mencionando que o país tem uma longa história de negociação com os norte-americanos. “A atuação do Brasil nas negociações comerciais faz parte da nossa boa diplomacia”, concluiu o ministro.
Tarifaço dos EUA
A política comercial dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, tem se caracterizado por constantes alterações. No início de abril, Trump anunciou a imposição de tarifas de importação sobre produtos de 180 países, o que gerou uma série de retaliações e aumentos nas taxas de importação. A sobretaxa mais significativa foi aplicada sobre os produtos chineses, com um adicional de 104%, que deveria entrar em vigor nesta quarta-feira (8).
Em resposta, a China anunciou um aumento nas tarifas sobre os produtos americanos, chegando a 84%. Trump reagiu afirmando que, em um futuro próximo, a China perceberia que a exploração econômica dos Estados Unidos e de outros países “não é mais sustentável nem aceitável”.
Entretanto, nesta quarta-feira, Trump anunciou uma pausa de 90 dias no programa de tarifas recíprocas, reduzindo as taxas de importação para 10% para todos os países, exceto a China. Para a China, as tarifas adicionais devem aumentar para 145%, devido às retaliações de Pequim nesta semana.