quarta-feira, 16 - abril 2025 - 14:55

Max Russi reage à moção de repúdio e critica vereadores: “Deveriam cuidar dos buracos da cidade”


Max Russi (PSB)
Max Russi (PSB)

O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Max Russi (PSB), reagiu nesta quarta-feira (16) à moção de repúdio aprovada pela Câmara Municipal de Cuiabá contra os parlamentares estaduais que derrubaram o veto do governador Mauro Mendes (União) à lei que permite o funcionamento de pequenos comércios em unidades prisionais do Estado.

A moção, proposta pelo vereador Dilemário Alencar (Podemos) e aprovada pela maioria dos vereadores, teve como principal alvo o deputado Lúdio Cabral (PT), um dos defensores da medida. A ação gerou forte reação por parte dos deputados estaduais, que classificaram a iniciativa como eleitoreira.

Para Max Russi, a decisão da Câmara tem viés político e objetivo de autopromoção de vereadores com pretensões de disputar vagas na Assembleia Legislativa nas eleições de 2026.

“Tem muitos vereadores lá que vão disputar a Assembleia no próximo ano. O que estão fazendo é procurar todos os argumentos possíveis para desmerecer quem está na Assembleia e se promover. Isso faz parte. O vereador que propôs isso já tentou se eleger e não conseguiu”, afirmou o presidente da AL durante entrevista coletiva.

Russi também criticou o que chamou de “exagero” por parte da Câmara Municipal e disse que o Legislativo municipal deveria focar nos problemas mais urgentes da capital. “Já pensou se eu começasse a discutir a Câmara dos Vereadores? Não é o nosso papel. A Câmara tem que cuidar da limpeza da cidade, dos buracos, da abertura do hospital infantil. É disso que Cuiabá precisa”, disparou.

A moção foi aprovada após a Assembleia Legislativa reverter, por votação secreta, o veto do governador ao artigo da lei que permite a instalação de mercadinhos nos presídios. O governo estadual argumentava que a medida poderia facilitar ações de facções criminosas e lavagem de dinheiro. Já os deputados defenderam que a venda de itens de higiene básica, como sabonetes, escovas de dentes e absorventes, representa garantia mínima de dignidade aos internos, especialmente às mulheres privadas de liberdade.

Max Russi também rebateu as críticas sobre a votação secreta, reforçando que o procedimento está previsto no regimento interno da Assembleia. “Foi uma votação regimental. Não foi unanimidade, foram 14 votos. A Assembleia não autorizou a venda de nada supérfluo. Muito pelo contrário. Se aparecer sorvete, Nutella ou chinelo diferenciado, nós vamos cobrar. Temos uma Comissão de Segurança que vai fiscalizar isso”, garantiu.

O parlamentar reiterou que a intenção da Assembleia não é transformar os presídios em pontos de comércio, mas assegurar condições mínimas de dignidade no cumprimento das penas. “Tem gente que acha que mulher tem que ficar lá sem absorvente, sem escovar os dentes, sem sabonete. Isso é desumano”, finalizou.

A polêmica em torno dos mercadinhos se intensificou após relatórios do governo estadual apontarem a venda de produtos de luxo dentro das unidades prisionais, o que motivou o veto do governador. Com a derrubada do veto no dia 9 de abril, o debate sobre o equilíbrio entre segurança, dignidade e gestão do sistema prisional voltou ao centro da pauta política estadual.

+