- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 24 , ABRIL 2025
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (23) que não vê risco de recessão no Brasil, mesmo diante da intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China. A declaração foi feita durante o evento “Pulso Econômico: As Novas Regras do Jogo”.
“Não vejo risco de recessão no Brasil. Obviamente estamos atentos à situação e precisamos observar como as tensões vão se acomodar. É difícil acreditar que essas tarifas mútuas serão mantidas, pois desorganizam demais as cadeias produtivas globais”, destacou Haddad.
O ministro ponderou que ainda é incerta a forma como a disputa entre as duas maiores economias do mundo irá se resolver. “Temos que ver onde essa guerra comercial vai se acomodar. É difícil prever o que vai acontecer com a economia mundial”, completou.
Crescimento com ajuste inflacionário
Em relação à economia brasileira, Haddad reconheceu que o país está crescendo em ritmo mais moderado do que nos últimos dois anos, como parte de um esforço para controlar a inflação. A projeção do Ministério da Fazenda para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 é de 2,5%.
“Às vezes é necessário um ajuste para evitar que a inflação se retroalimente. Estamos tomando medidas para manter a inflação dentro da meta, sem comprometer o crescimento econômico”, afirmou o ministro.
Isenção do IR e tributação dos super-ricos
Durante o evento, Haddad também foi questionado sobre a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para contribuintes que recebem até R$ 5 mil mensais. Segundo ele, a medida deve vir acompanhada de uma compensação via tributação dos super-ricos para manter o equilíbrio da reforma.
“Se a compensação não vier com a taxação de quem está no topo da pirâmide, a qualidade da reforma tributária será prejudicada. Estamos falando de pessoas que não são apenas do andar de cima, são da cobertura, e que não estão pagando o condomínio. É mais ou menos isso que acontece hoje no Brasil”, criticou.
A declaração reforça o posicionamento do governo em busca de maior justiça fiscal, com medidas voltadas à progressividade da carga tributária.