- CUIABÁ
- TERÇA-FEIRA, 6 , MAIO 2025
O inquérito da Polícia Judiciária Civil (PJC) sobre a denúncia de corrupção envolvendo o vereador de Cuiabá, Sargento Joelson (PSB), revela prints de conversas entre o parlamentar e João Jorge Souza Catalan, funcionário da empreiteira HB20 Construções Eireli. Os prints mostram transferências via PIX, que totalizam R$ 150 mil, de um pagamento de propina. As investigações, no entanto, apontam que o montante total recebido por Joelson foi de R$ 250 mil, com os R$ 100 mil restantes pagos em espécie.
As transferências eletrônicas ocorreram entre 11 e 18 de outubro de 2023, em quatro pagamentos de R$ 50 mil, R$ 50 mil, R$ 25 mil e R$ 25 mil, respectivamente. O empresário José Márcio da Silva Cunha, indicado por Joelson, recebeu os valores. Além disso, as conversas incluem informações sobre um projeto de lei, de interesse da HB20, que tramitava na Câmara Municipal e visava permitir que Cuiabá parcelasse suas dívidas tributárias com a União para desbloquear transferências federais.
A denúncia foi encaminhada à PJC pelo prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), após ser procurado por João Jorge, que relatou o esquema. A empresa HB20, contratada pela Prefeitura de Cuiabá para as obras do Contorno Leste, estava aguardando o pagamento de serviços prestados, mas o Município enfrentava dificuldades financeiras devido a débitos com a União.
O esquema foi conduzido por Joelson, com o aval do então presidente da Câmara Municipal, vereador Chico 2000 (PL), também alvo da operação. A propina de R$ 250 mil visava garantir a aprovação do projeto, e outros vereadores, cujas identidades ainda não foram divulgadas, também teriam recebido valores para apoiar a medida.
Na primeira fase da operação, a PJC cumpriu mandados de busca e apreensão nos gabinetes dos vereadores Chico 2000 e Sargento Joelson. Ambos foram afastados de seus cargos, conforme decisão da juíza Edna Ederli Coutinho, substituta no Gabinete do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo).