O médico Bruno Felisberto do Nascimento Tomiello, de 29 anos, preso pelo assassinato da namorada de 15 anos, já havia sido alvo de uma medida protetiva de urgência solicitada por uma ex-companheira em 2022. A informação foi confirmada pela Polícia Civil.

De acordo com apuração, o médico foi acusado na época por perseguição e ameaças à integridade física e psicológica da vítima. A denúncia relatava que Bruno restringia a locomoção da mulher, invadia sua privacidade e perturbava sua liberdade individual — condutas que embasaram a concessão da medida protetiva.

O crime que resultou na prisão do médico ocorreu no último fim de semana, e Bruno se apresentou voluntariamente à Base Aérea do Cachimbo, no Pará, na segunda-feira (5). Após ser localizado, ele foi conduzido por uma equipe da Polícia Civil à Delegacia de Guarantã do Norte (MT), onde prestou depoimento.

Durante o interrogatório, que durou cerca de uma hora, o médico confessou ter efetuado o disparo que matou a adolescente. Ele relatou que os dois estavam dentro do carro, retornando de um passeio, e que havia ingerido bebida alcoólica. Segundo o depoimento, a jovem teria pedido para dirigir e sentou-se em seu colo. Nesse momento, ele manuseou a arma acreditando que ela estava descarregada, quando ocorreu o disparo acidental.

Bruno afirmou que prestou socorro imediato à vítima, levando-a até o hospital da cidade. Conforme o boletim de ocorrência, ele acompanhou a tentativa de reanimação da adolescente e demonstrou desespero ao saber da morte, chegando a tentar danificar parte da estrutura da unidade de saúde.

A adolescente não resistiu ao ferimento na cabeça, apesar das tentativas de reanimação por cerca de 40 minutos. A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foi acionada para realização da necropsia.

O médico também indicou à polícia o local onde descartou a arma do crime, embaixo de uma ponte na saída de Guarantã do Norte, sentido ao estado do Pará. O inquérito policial segue em andamento e deve ser concluído em até 10 dias.