- CUIABÁ
- TERÇA-FEIRA, 13 , MAIO 2025
O governo da Alemanha afirmou nesta segunda-feira (12) que os países europeus começarão a preparar novas sanções contra a Rússia, caso o presidente Vladimir Putin não aceite um cessar-fogo de 30 dias na guerra com a Ucrânia até o fim do dia. O anúncio foi feito por um porta-voz do governo alemão durante coletiva de imprensa em Berlim.
“O tempo está passando. Ainda temos 12 horas até o final do dia e, se o cessar-fogo não for estabelecido até lá, o lado europeu iniciará os preparativos para as sanções”, declarou o porta-voz.
A exigência foi reforçada durante visita de líderes das quatro principais potências europeias a Kiev no último sábado (10), quando apresentaram a proposta de trégua incondicional com início imediato nesta segunda-feira.
Apesar do apelo europeu, as Forças Armadas ucranianas relataram dezenas de ataques russos ao longo da linha de frente no leste da Ucrânia, além de um ataque noturno com mais de 100 drones. Segundo o porta-voz militar Viktor Trehubov, a intensidade dos combates foi semelhante à de dias anteriores, sem qualquer indício de adesão ao cessar-fogo proposto.
Negociações e disputas diplomáticas
Enquanto rejeita implicitamente o cessar-fogo proposto pela Europa, o presidente russo Vladimir Putin sugeriu a retomada de negociações diretas entre Rússia e Ucrânia na Turquia. Em resposta, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que está disposto a viajar pessoalmente a Istambul para se reunir com Putin.
No entanto, o Kremlin ainda não respondeu à proposta de Zelensky. Os dois líderes não se encontram desde dezembro de 2019, mais de dois anos antes da invasão russa em larga escala ao território ucraniano, e mantêm uma relação marcada por forte hostilidade mútua.
Contexto internacional
As movimentações diplomáticas ocorrem em meio à tentativa de ambos os lados de se mostrarem comprometidos com a paz, especialmente diante do governo dos Estados Unidos, agora liderado por Donald Trump. A Ucrânia busca desesperadamente renovar o apoio militar dos EUA, enquanto a Rússia enxerga uma oportunidade de reduzir sanções econômicas e reaproximar-se da maior economia do mundo.
A Europa, por sua vez, tenta preservar as relações com Trump, mesmo após a imposição de tarifas, na esperança de obter um compromisso mais firme com a causa ucraniana — vista como essencial para a segurança do continente.