- CUIABÁ
- TERÇA-FEIRA, 13 , MAIO 2025
O ex-presidente Michel Temer (MDB) afirmou que a queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode levá-lo a reconsiderar uma eventual candidatura à reeleição em 2026. A declaração foi dada durante entrevista ao programa Canal Livre, da TV Band, exibido na noite deste domingo (12).
Segundo Temer, Lula tem deixado de lado práticas que marcaram seus primeiros mandatos, como o diálogo mais próximo com o Congresso Nacional. Ele avaliou que o atual cenário político deve levar o petista a refletir com cautela sobre disputar um quarto mandato.
— Acho que o presidente Lula não tem feito uma coisa que fazia muito nos dois primeiros mandatos: dialogar com o Congresso. E, em segundo lugar, sua popularidade caiu, sem dúvida alguma. Isso o fará meditar duas, três ou dez vezes antes de decidir ser candidato novamente — afirmou.
Candidatura de consenso na direita
Temer também comentou o cenário político da direita e indicou que há articulações em andamento para lançar um candidato único ao Palácio do Planalto. De acordo com ele, já iniciou conversas com possíveis nomes do campo conservador, como os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Eduardo Leite (PSD-RS).
— Nas conversas que tive com alguns governadores, percebi muita disposição para um consenso. Se a direita lançar cinco candidatos e a esquerda apenas um, esse candidato único terá uma vantagem extraordinária — avaliou.
Repercussão entre bolsonaristas
A ausência de menção ao ex-presidente Jair Bolsonaro — atualmente inelegível — e à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro gerou reações entre aliados bolsonaristas. O pastor Silas Malafaia, um dos principais apoiadores de Bolsonaro, criticou a fala de Temer nas redes sociais.
“Se existe uma articulação para um candidato da direita, caso o vergonhoso impedimento de Bolsonaro persista, o senhor esqueceu do nome mais bem avaliado nas pesquisas: Michelle”, escreveu Malafaia no X (antigo Twitter). “Ela reúne os votos dos bolsonaristas, da direita, das mulheres e dos evangélicos”, completou.