segunda-feira, 9 - junho 2025 - 13:20

Influenciador de ostentação é preso em operação contra fraudes no "Jogo do Tigrinho"


Reprodução
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O influenciador Luiz Gustavo Almeida, de 26 anos, morador de Cáceres (MT), está entre os presos na Operação Tiger Hunt, deflagrada na manhã desta segunda-feira (10) pela Polícia Civil. A ação investiga um esquema de fraudes envolvendo plataformas de jogos de azar online, como o chamado “Jogo do Tigrinho” (Fortune Tiger).

Ao todo, a operação cumpriu 21 ordens judiciais: quatro mandados de prisão, cinco de busca e apreensão, além de medidas de sequestro de bens móveis e imóveis, quebra de sigilos bancário e telefônico, e suspensão das atividades econômicas de empresas envolvidas no esquema.

Luiz Gustavo se apresenta nas redes sociais como “gamer profissional e investidor esportivo”, além de proprietário da empresa “GGServices”. Em uma publicação recente, ele aparece jogando em uma dessas plataformas e exibindo um suposto ganho de R$ 1.675, afirmando: “Como é bom saber a hora certa de subir a bet”. Em outro trecho, promete lucros que variam entre R$ 500 e R$ 2 mil em apenas cinco minutos.

Esquema de fraude

Segundo a Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Cáceres, que conduziu as investigações ao longo de cinco meses, o grupo criminoso operava por meio de influenciadores digitais, que promoviam diariamente novas plataformas ilegais de jogos online. Os investigados utilizavam vídeos com supostos ganhos altos e rápidos para atrair seguidores, induzindo-os a apostar.

Contudo, os vídeos eram gravados em versões de demonstração dos jogos, previamente programadas para exibir vitórias — um mecanismo fraudulento que simulava lucros fáceis, mas não correspondia à experiência real dos apostadores.

Uso de CPFs e lavagem de dinheiro

As investigações também revelaram que o grupo comprava CPFs de pessoas em situação de vulnerabilidade por valores entre R$ 50 e R$ 100. Esses dados eram usados para abrir contas digitais, que serviam para movimentar o dinheiro oriundo das apostas ilegais e para lavar os lucros das empresas envolvidas no esquema.

Durante a apuração, a Polícia constatou um aumento expressivo no patrimônio dos investigados, que passaram a ostentar uma vida de luxo, com a aquisição de carros importados, imóveis, motos aquáticas, joias e viagens para destinos turísticos, além de frequentarem restaurantes de alto padrão — um estilo de vida muito distante da realidade da maioria da população.

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