quarta-feira, 18 - junho 2025 - 19:04

Homens também morrem, diz Cattani sobre comoção com feminicídios


Deputado estadual Gilberto Cattani (PL)
Deputado estadual Gilberto Cattani (PL)

O deputado estadual Gilberto Cattani (PL), que perdeu a filha assassinada pelo ex-marido em 2024, manifestou nesta quarta-feira (18) questionamentos sobre a atenção dedicada aos casos de feminicídio em Mato Grosso. Para ele, crimes envolvendo vítimas masculinas não recebem a mesma repercussão da imprensa e da sociedade.

“Semana passada, uma mulher matou um homem também a facadas aqui. Pouco se fala sobre isso. Isso também aconteceu em Rondonópolis, recentemente. Isso é feminismo?”, declarou Cattani, ao ser questionado pela imprensa sobre o aumento dos feminicídios no estado.

O parlamentar ainda ressaltou que o número de mortes violentas entre homens também é significativo.

“Se você olhar quantos homens morrem, também morrem muitos homens. Não é questão de ser minoria ou maioria”, afirmou.

Aumento dos feminicídios em Mato Grosso

Dados oficiais indicam que Mato Grosso registrou 18 feminicídios entre janeiro e maio de 2025, um aumento de 28,57% em relação ao mesmo período de 2024, quando ocorreram 14 casos. Ao longo de todo o ano passado, o estado contabilizou 47 feminicídios, que deixaram 89 órfãos.

Entre as vítimas de 2024 está a produtora rural Raquel Cattani, filha do deputado, assassinada a facadas aos 26 anos em Nova Mutum. O crime foi cometido por Rodrigo Xavier Mengarde, irmão do ex-marido de Raquel, Romero Machado, apontado como mandante. O casal estava em processo de separação.

Desestruturação familiar e relações sólidas como caminho para prevenção

Para Gilberto Cattani, a principal raiz dos feminicídios está na desestruturação familiar e na fragilidade das relações pessoais. Ele defende que vínculos afetivos sólidos ajudam a evitar esses crimes.

“É algo fora da regra, fora da curva. Temos que entender por que isso acontece. Na minha visão, é uma questão familiar. Por exemplo, eu não consigo me imaginar sem a minha esposa. Minha esposa não consegue se imaginar sem mim. Nos amamos e estamos juntos há mais de 30 anos. Isso precisa ser preservado, mantido”, explicou.

Ao abordar o fato de que a maioria dos feminicídios ocorre durante processos de separação, Cattani reconheceu o direito das pessoas em encerrar relacionamentos, mas enfatizou que esses processos devem ser pacíficos.

“Qualquer um tem o direito de terminar um relacionamento, mas isso precisa ser feito de forma amigável, amistosa, para evitar tragédias como a que aconteceu conosco”, concluiu.

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