- CUIABÁ
- SÁBADO, 5 , JULHO 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (4) que planeja disputar a eleição presidencial de 2026, o que pode torná-lo o primeiro presidente da história do Brasil a vencer quatro eleições. A declaração foi feita durante cerimônia de anúncio de investimentos da Petrobras, na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro.
— Tem gente que pensa que o governo já acabou, tem gente que já está pensando em eleição. Eles não sabem o que eu estou pensando. Então, se preparem, porque se tudo estiver como eu estou pensando, este país vai ter, pela primeira vez, um presidente eleito quatro vezes — declarou Lula.
O petista foi eleito pela primeira vez em 2002, reeleito em 2006, e retornou ao cargo em 2022, após vencer no segundo turno. Se confirmar a candidatura e vencer novamente em 2026, Lula quebrará um recorde inédito na política brasileira.
Relação com o Congresso
Ainda durante o discurso, o presidente comentou sobre a relação entre o Executivo e o Congresso Nacional. Ele negou a existência de uma “guerra” entre os Poderes e disse ser grato pela atuação do Legislativo durante sua gestão.
— Deixa eu falar uma coisa para o Congresso, porque parece que tem uma guerra entre o governo e o Congresso. Sou muito agradecido pela relação que tenho com o Congresso Nacional. Até agora, nesses dois anos e meio, o Congresso aprovou 99% das propostas que enviamos — afirmou.
Segundo Lula, eventuais divergências fazem parte do processo democrático e devem ser resolvidas por meio do diálogo.
— Quando há divergência, é bom. Sabe por quê? Porque a gente senta à mesa, conversa e resolve. O governo pensa uma coisa, o Congresso outra, e nós vamos resolver isso com negociação — completou.
STF suspende atos sobre o IOF e convoca conciliação
A declaração de Lula ocorreu poucas horas depois de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspender os atos do governo federal e do Congresso Nacional relacionados ao aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
O ministro também convocou uma audiência de conciliação entre os Poderes, marcada para 15 de julho, a fim de discutir o tema.
Na decisão, Moraes deu prazo de cinco dias para que o governo apresente justificativas para o aumento do imposto e para que o Congresso explique a derrubada da medida.
— Verifica-se que tanto os decretos presidenciais, por séria e fundada dúvida sobre eventual desvio de finalidade, quanto o decreto legislativo, por incidir sobre decreto autônomo presidencial, aparentam distanciar-se dos pressupostos constitucionais exigidos para ambos os instrumentos normativos — escreveu Moraes.