segunda-feira, 7 - julho 2025 - 14:52

Lula diz que ameaça de taxação de Trump não preocupa nações do Brics


Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (7) que a ameaça do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 10% a países que se alinharem ao Brics não foi tema de preocupação durante a cúpula do bloco, realizada no Rio de Janeiro. Segundo ele, o assunto sequer foi mencionado pelos líderes presentes.

“Na reunião do Brics, ninguém tocou nesse assunto, ou seja, como se ninguém tivesse falado. Não demos nenhuma importância a isso”, disse Lula em entrevista coletiva ao final do encontro.

A declaração de Trump foi feita por meio de seu perfil em uma rede social e gerou repercussão internacional. Para Lula, no entanto, a fala foi “irresponsável”.

“Sinceramente, nem acho que eu deveria comentar, porque não considero algo responsável e sério o presidente da República de um país do tamanho dos Estados Unidos ficar ameaçando o mundo pela internet”, declarou o presidente brasileiro.

Defesa da soberania

Lula reforçou que os países são soberanos e que, caso os Estados Unidos decidam adotar tarifas unilaterais, as demais nações têm o direito de responder com medidas semelhantes.

“Existe a lei da reciprocidade”, afirmou. “Respeito é muito bom. A gente gosta de dar e gosta de receber. E é preciso que as pessoas leiam o significado da palavra soberania. Cada país é dono do seu nariz.”

O presidente também comentou as declarações de Trump em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em postagem, o ex-mandatário norte-americano afirmou que Bolsonaro estaria sendo alvo de uma “caça às bruxas” no Brasil e que deveria ser deixado em paz.

“Esse país tem leis. Esse país tem regras. Esse país tem um dono chamado povo brasileiro. Portanto, deem palpite na sua vida e não na nossa”, respondeu Lula.

Encontro do Brics

A cúpula do Brics no Rio de Janeiro reuniu os líderes dos 11 países membros — entre eles Brasil, China, Rússia, Índia, África do Sul, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Argentina — além de representantes de dez nações parceiras. O encontro terminou nesta segunda-feira com uma declaração conjunta reafirmando o compromisso com o multilateralismo, a cooperação entre países em desenvolvimento e o respeito à soberania nacional.

+