- CUIABÁ
- QUARTA-FEIRA, 30 , JULHO 2025
A Rota Amazônica, corredor logístico que ligará Manaus e outras cidades do Amazonas ao Oceano Pacífico, deve ser concluída até setembro deste ano, segundo a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (9) durante audiência pública na Câmara dos Deputados.
O projeto faz parte do plano de integração sul-americano e conectará o Brasil aos portos de Manta (Equador), Tumaco (Colômbia), Paita e Chancay (Peru). Este último, inclusive, é considerado um dos maiores investimentos chineses em infraestrutura na América Latina e peça-chave na estratégia de escoamento de exportações brasileiras para o mercado asiático.
De acordo com Tebet, a expectativa é que a nova rota reduza em até 10 dias o tempo de envio de mercadorias para a China, principal parceiro comercial do Brasil. “Essa integração logística com o Pacífico tem potencial para transformar a competitividade dos produtos brasileiros no mercado asiático”, afirmou a ministra.
Expansão logística com apoio da China
A ampliação das rotas de integração com o Pacífico também está na pauta das relações bilaterais entre Brasil e China. Na última segunda-feira (7), os dois países assinaram um memorando de entendimento para estudar a viabilidade de um novo corredor ferroviário bioceânico. O projeto prevê a construção de uma ferrovia ligando o porto de Ilhéus, na Bahia, ao porto de Chancay, no Peru.
Segundo Simone Tebet, os estudos de viabilidade técnica e econômica devem durar entre 18 e 20 meses. “Caso os estudos confirmem a viabilidade do projeto, a execução da obra ficará a cargo do próximo governo”, explicou.
O interesse chinês reflete a crescente demanda do país asiático por produtos agrícolas brasileiros, especialmente soja, milho e carne. A nova infraestrutura pode reduzir significativamente os custos logísticos, aumentando a competitividade do agronegócio nacional no cenário internacional.
Integração regional e impacto estratégico
A Rota Amazônica é vista pelo governo como um passo estratégico na consolidação da integração regional da América do Sul, além de ser uma alternativa logística mais rápida e eficiente em relação ao trajeto tradicional pelo Oceano Atlântico e Canal do Panamá.
A obra envolve investimentos em estradas, pontes e infraestrutura de fronteira, com a colaboração de países vizinhos e participação ativa da iniciativa privada. O governo brasileiro aposta que, com a conclusão da rota, será possível ampliar a presença do Brasil nos mercados do Pacífico e impulsionar o desenvolvimento econômico da região Norte.