A Justiça de Mato Grosso condenou a 9 anos e 11 meses de prisão, em regime fechado, o ex-policial militar e ex-assessor parlamentar do deputado Júlio Campos (União), Kleber Ferraz Albuês, pelo homicídio e ocultação do cadáver do músico Thiago Festa Figueiredo, morto em 2011, em Cuiabá. O crime chocou a sociedade à época pela brutalidade e pelo envolvimento de figuras ligadas ao poder público.

O julgamento, realizado pelo Tribunal do Júri da 1ª Vara Criminal de Cuiabá, foi concluído na madrugada desta sexta-feira (11), após mais de 16 horas de sessão iniciada na manhã de quinta-feira (10). A ação integra o programa Mais Júri, coordenado pela Corregedoria-Geral da Justiça do Estado.

Além de Kleber, Hueder Marcos de Almeida também foi julgado e condenado a 1 ano de detenção em regime aberto, por homicídio culposo (quando não há intenção de matar).

Conforme a denúncia do Ministério Público, Thiago foi sequestrado e levado à força até uma clínica, onde foi dopado com medicamentos controlados — apesar de ter alertado que era alérgico a essas substâncias. Ele acabou morrendo e teve o corpo ocultado em uma área de mata na estrada que liga Cuiabá ao Distrito da Guia. O caso ainda envolveu tentativa de fraude processual, com o registro de um boletim de ocorrência contendo informações falsas.

Kleber foi condenado por homicídio simples, falsidade ideológica e sequestro, além do pagamento de 12 dias-multa. O julgamento foi presidido pelo juiz Lawrence Pereira Midon, magistrado cooperador do programa Mais Júri. O processo tramitou sob o número 0009700-71.2012.8.11.0042.

O programa Mais Júri tem como objetivo dar celeridade a julgamentos de crimes dolosos contra a vida, com atuação integrada do Tribunal de Justiça, Ministério Público, Defensoria Pública e outros órgãos do Judiciário. A condenação, ocorrida mais de uma década após o crime, representa um desfecho aguardado pela família da vítima e pela sociedade cuiabana.