sábado, 12 - julho 2025 - 14:37

Presidente do TCE contesta valor da Santa Casa; ‘não vale nem R$ 20 milhões’


Presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) Sérgio Ricardo
Presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) Sérgio Ricardo

O presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), conselheiro Sérgio Ricardo, questionou duramente o valor estimado da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, avaliada em R$ 78 milhões. Segundo ele, o imóvel não vale nem mesmo R$ 20 milhões, considerando suas atuais condições estruturais.

“Sou corretor de imóveis e posso afirmar: aquele prédio não vale isso. Está com parede caída, arrebentada, quintal cheio de mato. Quem comprar, vai ter que levar tudo isso junto”, criticou o conselheiro, durante fala pública sobre a tentativa de leilão do imóvel.

O edifício, localizado no Centro Histórico de Cuiabá, está tombado como patrimônio histórico e, por lei, deve ser oferecido prioritariamente à União, Estado e Município. Sérgio Ricardo também apontou o abandono da região como mais um fator que desvaloriza o imóvel. “Se não continuar como hospital, tende a ser uma extensão do abandono que já existe naquela área”, alertou.

Diante da realidade enfrentada, o conselheiro sugeriu que os credores se articulem e cheguem a um acordo financeiro, já que, segundo ele, “não adianta esperar que o prédio seja vendido por R$ 70 milhões”.

A venda da Santa Casa está sendo organizada pela Justiça do Trabalho, que busca usar os recursos para quitar dívidas trabalhistas herdadas após o fechamento da unidade, em março de 2019. Desde então, o Governo do Estado assumiu o prédio por meio de requisição administrativa, repassando até o momento cerca de R$ 26 milhões para pagamentos de salários e verbas pendentes.

O Estado ainda paga aluguel mensal pela utilização da estrutura como hospital. Em 2024, o valor gira em torno de R$ 461 mil, e o novo valor para 2025 está em definição.

O edital de venda do imóvel ainda não foi lançado oficialmente, mas deverá conter todas as condições de aquisição. Conforme destacou o presidente do TCE, a venda só poderá ser feita integralmente – não será permitido dividir o prédio em partes para negociação.

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